‘Mademoiselle Chambon’ mostra dilema amoroso
Drama francês apresenta um pedreiro dividido entre os sentimentos familiares e a atração pela professora de seu filho
Realizado de forma convincente e delicada, o drama francês Mademoiselle Chambon é um filme bastante simples, enxuto nas ideias e conciso na pretensão. O roteiro não aspira a inovar o que já foi visto e repisado nas histórias de amor. Mas, além da empatia provocada pela dupla de protagonistas, a fita explora uma situação capaz de seduzir a plateia — dos jovens aos mais maduros.
É com grande transparência de sentimentos que o diretor Stéphane Brizé, de 43 anos, enfoca em seu quarto longa-metragem o dilema amoroso de Jean (Vincent Lindon). Esse pedreiro quarentão vive um casamento estável com Anne-Marie (Aure Atika) e é pai de um adorável garoto. Feliz em família, de uma hora para a outra ele se pega atraído pela professora do filho. Solitária e carente, a doce Véronique Chambon (Sandrine Kiberlain) deixou Paris para abraçar uma vaga de substituta numa escola do interior.
Os desejos de um e de outro não são apenas de ordem sexual. Jean e a mademoiselle (senhorita) do título se entendem, acima de tudo, por diálogos diminutos, por olhares de cumplicidade e pelo gosto comum por melancólicas obras eruditas do compositor inglês Edward Elgar e do pouco conhecido húngaro Franz von Vecsey, tão bem empregadas na narrativa. O que escolher: a compreensiva esposa ou partir para uma nova relação? Não será fácil a decisão de Jean, acompanhada pelo espectador com uma proximidade tocante.