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Lygia Clark ganha uma ótima retrospectiva no Itaú Cultural

Conhecida no exterior, a mineira também será tema de uma mostra no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA)

Por Jonas Lopes
Atualizado em 5 dez 2016, 16h55 - Publicado em 7 set 2012, 00h30
Objeto da série Bichos, de Lygia Clark
Objeto da série Bichos, de Lygia Clark (Marcelo Corrêa/)
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A mineira Lygia Clark (1920-1988) já dispensa apresentações nos Estados Unidos e na Europa. Muito apreciada e influente por lá, ela será tema de uma grande retrospectiva no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) no primeiro semestre de 2014. Seu caminho mostra-se análogo ao de companheiros de geração, como Hélio Oiticica e Willys de Castro. No Brasil, contudo, ainda há quem não conheça a importância de sua trajetória, por isso é oportuna a excepcional exposição em cartaz no Itaú Cultural.

Completa, a montagem sob curadoria de Felipe Scovino e Paulo Sergio Duarte reúne 145 obras provenientes de coleções públicas e particulares. A seleção parte de material raro: os óleos de inflexão cubistas pintados bem no início da produção, entre eles “O Violoncelista”, de 1951. 

Lógica e organizada, a exposição ajuda o espectador a compreender de modo linear a evolução da carreira de Lygia — a geometria marcante dos guaches “Planos de Superfície Modulada”, por exemplo, desemboca nos relevos “Trepantes” e, logo depois, nos célebres “Bichos”, objetos cujas formas podem ser alteradas, presentes tanto nas peças originais quanto em réplicas manuseáveis. Por meio deles, idealizados depois do Manifesto Neoconcreto, de 1959, Lygia enfim tridimensionalizou os trabalhos e alcançou o objetivo de “arrebentar o núcleo do quadro”, segundo sua própria definição.

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Outras criações valiosas são as pequenas esculturas feitas com caixas de fósforos coloridas e, sobretudo, as instalações interativas. Caso de “A Casa É o Corpo”, na qual o público adentra um túnel de 8 metros de comprimento e, durante o percurso, passa por balões e por um saco de ar.

Chama atenção ainda “Campos de Minas”, realizada a partir de documentos deixados por Lygia. Ali, o visitante calça um sapato com ímã na sola e tenta caminhar sobre um piso também imantado. Um dos andares da instituição, por fim, é integralmente dedicado aos últimos trabalhos da artista.

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