“Foi mais fácil que beijar um homem”, diz Luciana Vendramini
A atriz que protagonizou o primeiro beijo lésbico da televisão brasileira fala sobre a experiência
Tão comentado (e até censurado) na televisão brasileira, o primeiro beijo gay numa novela brasileira enfim rolou. Não pela Rede Globo — que já gravou a cena, mas nunca a exibi-la –, mas no SBT. No capítulo de “Amor e Revolução” exibido na quinta (11), as atrizes Luciana Vendramini e Giselle Tigre quebraram o tabu. Luciana fala a seguir sobre a experiência.
VEJA SÃO PAULO — Como foi a repercussão?
Luciana Vendramini â Não queríamos dar uma bitoquinha da Hebe, então foi um beeeeijo mesmo. Algo mais demorado, mas uma cena bonita. Acho que, por isso, as pessoas gostaram e vieram me dar parabéns. Fui parada por alguns homossexuais na rua que me parabenizaram.
VEJA SÃO PAULO — Foi o primeiro beijo lésbico da sua carreira?
Luciana Vendramini â Sim. Quando cursei teatro cheguei a ensaiar um texto de Nelson Rodrigues que tinha um beijo entre duas mulheres. Mas ficamos só nas falas mesmo, sem chegar a encenar aquela parte.
VEJA SÃO PAULO — O que achou de fazer o primeiro beijo gay da televisão nacional?
Luciana Vendramini â Então, eu não sabia disso! Achei que já tivesse aparecido em outras novelas. Como o Brasil é atrasado, né?
VEJA SÃO PAULO — Ficou nervosa?
Luciana Vendramini â Quando li o roteiro, confesso que fiquei um pouco ansiosa. A Giselle, com quem contracenei, também. Mas, depois de receber as instruções do diretor e entender como seria feito, entrei no clima da personagem. No final, foi mais fácil do que beijar um homem. Entre mulheres rola um carinho e um respeito maior no momento da cena.
VEJA SÃO PAULO — Podemos esperar cenas mais picantes?
Luciana Vendramini â Meu diretor já falou: “Olha, se prepara porque eu pretendo fazer uma cena de sexo.” Ele me perguntou se eu toparia e concordei na hora. Claro que fico um pouco mais tensa, mas como fui bem instruída para a outra cena, sei que vai dar tudo certo.