Cidades

Vereadora Luana Alves aciona Corregedoria da Câmara contra colega por racismo

Alvo é Cris Monteiro, que em uma fala diz sofrer "enorme preconceito por ser mulher branca, bem cuidada"

Por Redação VEJA São Paulo SEGUIR SEGUINDO
26 Maio 2025, 13h10

A vereadora Luana Alves (PSOL) acionou a Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo, acusando a também vereadora Cris Monteiro (Novo) de racismo e quebra de decoro parlamentar por causa de uma fala da parlamentar.

Na ocasião, Cris disse: “Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calada. (…) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês”.

No mesmo dia, em evento na Câmara com a Federação Israelita do Estado de São Paulo, a vereadora no Novo associou pessoas negras a sapatos baratos: “Na semana passada uma vereadora negra subiu à tribuna e eu falei da favela do moinho, que estão retirando a Favela do Moinho, falei favorável, que tem que tirar a Favela do Moinho. A moça subiu lá logo depois da minha fala e falou assim: ‘Bem se vê que a vereadora Cris Monteiro não conhece favela. Então quero convidá-la com seus sapatos caros para ir em uma favela comigo’. É um enorme preconceito contra mim, uma mulher branca, bem cuidada… É um comentário preconceituoso. Agora vocês imaginem que eu chego lá e falo: ‘Quero convidar a vereadora preta para visitar a Faria Lima com seus sapatos baratos'”.

A vereadora Luana Alves se pronunciou em vídeo nas redes sociais, afirmando que a vereadora, ao debochar e dar risada, reforçou o estereótipo contra pessoas negras. “Racismo na Câmara Municipal de São Paulo é deboche com o povo negro e trabalhador que sustenta essa casa”, concluiu.

Em nota, Cris Monteiro afirmou que “repudia de forma veemente as tentativas de lhe atribuir falas racistas ou interpretações preconceituosas de declarações feitas no exercício legítimo do mandato e em encontros institucionais”.

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