Albert Einstein inaugura torre
Com dezesseis andares, nova construção vai concentrar salas para cirurgias simples, consultórios e centro de diagnósticos
Inaugurado pela comunidade judaica no início da década de 70, o Hospital Albert Einstein logo ficou conhecido pela qualidade de seus tratamentos médicos – assim como por suas instalações luxuosas e por seus serviços exclusivos. Na terça (23), esse centro de excelência fica ainda maior, com a abertura de um prédio de dezesseis andares, que custou 220 milhões de reais, na unidade do Morumbi. O edifício será dedicado aos pacientes que não precisam de socorro urgente. No jargão da saúde, um hospital-dia para atender quem agenda um check-up, marca consulta com o endocrinologista ou se submete à retirada de um pequeno mioma pela técnica da laparoscopia (na qual os cortes são mínimos e uma câmera orienta os movimentos do médico). A ampliação, que fará o número de leitos saltar de 485 para 598, tem como objetivo adaptá-lo ao avanço da tecnologia. “Hoje temos tomógrafos que detectam alterações quando elas ainda estão em um nível molecular”, afirma o oftalmologista Claudio Luiz Lottenberg, presidente do hospital. “Menos pacientes precisam ser internados ou operados às pressas.”
Em contrapartida, cresce muito a demanda por exames e aconselhamento clínico. Por isso, o novo bloco priorizou o espaço dos consultórios, que ocupam cinco pavimentos. Metade do time foi transferida do prédio antigo, abrindo espaço para 72 novos leitos. Os demais profissionais que ganharam uma sala já trabalhavam no hospital e tinham destaque em pesquisas. No 1º piso, há uma ala de internação com 41 apartamentos. Embora os procedimentos a ser feitos nesse prédio sejam em sua maioria pouco invasivos, e não requeiram pernoite, os quartos são equipados com camas reclináveis, sofá para o acompanhante e televisão de LCD. A diária mínima custa 751 reais – sem incluir extras, medicamentos, consultas nem exames. A tarifa-balcão de um apartamento no cinco-estrelas Hilton Morumbi sai por 519 reais. Também o lobby do prédio pode ser comparado ao de um hotel. Com paredes forradas de mármore, é circundado por um espelho-d’água e por um jardim. Esse foi o local escolhido para a festa de abertura. O presidente Lula e o governador José Serra confirmaram presença.
O novo edifício, cujo nome homenageia os patronos Vicky e Joseph Safra, liga-se à torre central por duas passarelas de 35 metros de extensão sobre a Rua Ruggero Fasano. Uma delas serve ao trânsito de funcionários e a outra, a visitantes. Construído num terreno de grande declive, tem dois pisos abaixo do nível da rua, onde ficam o centro cirúrgico e a parte de laboratório e diagnósticos por imagens, equipada com tomógrafos de última geração. Seis outros pavimentos no subsolo devem resolver uma deficiência que vinha se agravando nos últimos tempos: a falta de garagem. Atualmente, o estacionamento descoberto acomoda 1250 carros, e o serviço de valet nem sempre atende à demanda com rapidez. A partir de terça serão 1 800 vagas a mais.
Suas instalações são um privilégio de poucos. Em 2008 passaram por lá 147 000 pacientes – número muito inferior aos 2,5 milhões de pessoas que recorreram aos serviços do Hospital das Clínicas no mesmo período. Ainda assim, o Einstein trabalha com uma taxa de ocupação de 85%. Como o movimento costuma cair aos sábados e domingos, significa que durante a semana o hospital está sempre lotado. Por isso, o projeto de expansão não para por aí. Até 2012, será inaugurado mais um prédio, só para o tratamento de doenças consideradas complexas. No ano que vem fica pronto um auditório para 500 pessoas. Nele, ocorrerão principalmente congressos médicos. “O Einstein tem autoridade em conhecimento”, diz Lottenberg. “Queremos dividi-lo com as comunidades parceiras.”