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Com 19 anos, Júlia Silvério é a mais jovem condutora de trens da CPTM

A jovem ainda não tem carteira de motorista e usa o horário da manhã para estudar para o vestibular

Por Guilherme Queiroz
Atualizado em 8 mar 2019, 16h23 - Publicado em 8 mar 2019, 06h00
A jovem no trabalho: ela ainda nem tirou a carteira de motorista (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Com apenas 19 anos e cara de menina, Júlia Silvério exerce há dois meses a função de maquinista na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). “Nos primeiros dias, os outros operadores perguntavam se eu era filha de alguém”, diverte-se a garota, que atua em trajetos entre a capital e o Aeroporto de Guarulhos, principalmente na Linha 13-Jade. Júlia também se destaca por integrar a parcela de apenas 5% de mulheres que assumem esse cargo. Sua história nos trilhos começou no fim do ensino médio, em 2017.

Após a separação dos pais, ela decidiu entrar no mercado de trabalho, viu um anúncio no mural de uma estação e acabou indo parar no curso técnico do Senai de manutenção de linhas férreas. “Depois de seis meses, percebi que aquilo não era para mim e desisti”, conta. Durante o período de indecisão, ouviu dos professores que seriam abertas as inscrições de um concurso para maquinistas. Tentou a sorte e garantiu sua vaga.

Julia Silverio – CPTM
“Às vezes, percebo que alguns passageiros estranham ao me ver na cabine”, afirma a jovem (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Em meados do ano passado, Júlia iniciou o treinamento para dirigir as locomotivas, que atingem até 90 quilômetros por hora, levam centenas de passageiros e pesam, em média, 200 toneladas. Ali, ela precisa controlar por meio de um grande painel a frenagem dos vagões, ficar atenta a obstáculos na pista e saber orientar os passageiros em caso de pane elétrica, por exemplo. “Antes tinha medo, não sei nem dirigir carro”, diz. A capacitação de cinco meses, porém, fez o receio sumir.

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“A primeira vez em que pilotei sem um supervisor foi inesquecível.” Moradora do bairro de Artur Alvim, Júlia começa sua jornada na Estação Engenheiro Goulart, na Zona Leste, geralmente às 13 horas. “Às vezes, percebo que alguns passageiros estranham ao me ver na cabine.” A jovem aproveita as manhãs livres para tentar passar no vestibular. “Quero entrar em direito.”

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 13 de março de 2019, edição nº 2625.

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