Jovens se encontram em botecos da Rua Augusta antes de dançar
Três bares da Rua Augusta, mais ou menos com a mesma cara, viraram ponto de encontro de baladeiros
Basta dar um passo porta adentro para sentir o cheiro de gordura no ar. É o resultado das chapas ligadas quase o dia inteiro. Nas paredes de azulejos, frutas penduradas disputam espaço com fotos de lanches e cartazes promocionais. A decoração kitsch e o aroma desagradável parecem não incomodar os jovens que beliscam salgadinhos e tomam cerveja sentados em cadeiras de plástico. Apesar disso, três bares da Rua Augusta, mais ou menos com a mesma cara, viraram ponto de encontro de baladeiros que saem dali para clubes próximos, como o Vegas, o Sarajevo, o Milo Garage e a Funhouse. “A bebida aqui é muito mais barata que nas casas noturnas da região”, afirma Gustavo Paraiso, operador de caixa da Livraria Cultura, que costuma ir ao Charm (na esquina com a Rua Antônio Carlos).
Além do preço mais acessível, o cardápio é, normalmente, recheado de calorias. No BH (na esquina com a Rua Luís Coelho) faz sucesso o sanduíche de pernil. Montado no pão francês, com tomate e cebola, custa 6 reais. Já a lata de cerveja nacional sai por 2,5 reais. “A animação da noite começa nas mesinhas das calçadas”, diz a estudante de direito Maria Clara Simões. Não raro, a paquera que vai continuar nas pistas de dança tem início por ali. Alguns desses botecos estão se adaptando ao público moderninho. No mês passado, o Ibotirama (Rua Augusta com Fernando de Albuquerque) incluiu salgadinhos vegan – isentos de qualquer ingrediente de origem animal – entre seus aperitivos. Há coxinha e quibe de proteína de soja, além de esfiha de berinjela (dez unidades por 12 reais). “Foi um pedido dos freqüentadores”, conta o garçom Gilson Nunes. Mas os campeões de vendas continuam sendo os petiscos gordurosos, como os bolinhos de bacalhau (10,50 reais a porção com dez unidades). “Dá mais energia para quem vai dançar”, acredita Nunes.