Aflições paulistanas: jovens adultos que não amadurecem
Os números apontam que hoje muitos homens e mulheres continuam morando com os pais
Na região metropolitana de São Paulo, 31% das pessoas entre 25 e 34 anos ainda moram com os pais. O número é superior à média nacional (27%), que cresceu 40% nas últimas duas décadas, segundo levantamento da demógrafa Regiane Carvalho. “Viver na casa da mãe não é ruim em si, mas se torna problemático quando o filho continua a agir como criança”, entende Eloisa Penna. “A mágica da comida que vai direto da geladeira para o prato é atraente, mas há a angústia de estar perdido, sem autonomia.”
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Muitos aguentam a situação, porém, porque querem começar a vida no padrão que os pais levaram anos para alcançar. Então continuam deixando as coisas iguais. “Em troca desse conforto, acabam vivendo de uma forma precária”, afirma o psicanalista Christian Dunker. “Tudo parece difícil e o comportamento se reflete em várias áreas, como a profissional. Surgem, por exemplo, falsos dilemas vocacionais: fazem curso de cinema, mas acham injusto começar como segundo assistente. Longas temporadas de estudo para concurso público ou pós-graduações às vezes são esconderijos de quem está nessa situação.”