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‘Ele não agrediu policiais’, diz irmão de jovem baleado durante protesto

Secretaria de Segurança Pública afirma que rapaz de 22 anos, atingido por dois tiros, seria um black bloc e tentou agredir policiais com estilete

Por Redação VEJA SÃO PAULO
Atualizado em 5 dez 2016, 15h18 - Publicado em 26 jan 2014, 16h10

Um irmão de Fabrício Proteus Nunes Fonseca Mendonça Chaves, o jovem de 22 anos que foi baleado pela polícia durante os protestos contra a Copa no sábado, disse na tarde deste domingo (26) que o jovem não tentou agredir os policiais que o atingiram. “Tem testemunhas que provam isso”, afirmou Gabriel Chaves, que visitou o irmão na Santa Casa de Misericórdia, onde está internado em estado grave.

Gabriel, que foi ao hospital acompanhado de uma prima, se limitou a dizer que a família está tentando transferir o jovem para outra unidade de saúde. Fabrício Chaves, que é estoquista, foi atingido por dois tiros na rua Sabará, em Higienópolis, durante a manifestação que terminou em depredação e 146 pessoas detidas no sábado

Segundo o hospital, um dos tiros atingiu o tórax, provocando uma hemorragia interna, e o outro atingiu o pênis do rapaz. O hospital diz que foi preciso remover um dos testículos da vítima por causa dos ferimentos. Fabrício continua internado em estado grave, sob observação, na Unidade de Terapia Intensiva.  

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De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), ele fazia parte dos black blocs e estava mascarado durante a manifestação. Segundo o boletim de ocorrência, três PMs que faziam um patrulhamento na região da Consolação abordaram dois adolescentes. O primeiro não teria reagido, enquanto Fabrício, que segundo a polícia portava uma mochila com um lata de cerveja contendo material explosivo, fugiu.

A polícia afirma que o rapaz tentou agredir os oficiais com um estilete durante a perseguição. Após uma nova tentativa de agressão, os policiais atiraram três vezes contra o jovem. Duas balas acertaram Fabrício, a primeira na região do ombro e a segunda na parte interna da coxa esquerda. Em seguida, os próprios policiais que atiraram levaram o jovem até o pronto-socorro da Santa Casa de São Paulo, em Santa Cecília.

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Testemunhas contaram à “Folha de S.Paulo” terem visto um jovem caído no chão, agonizando, cercado por policiais -que impediam a aproximação de outras pessoas.

O caso está sendo investigado pelo 4º Distrito Policial (Consolação) e pela Corregedoria da Policia Militar. O delegado encaminhou o material que estava com Fabrício para perícia, que já esteve no local e pediu uma análise balística dos PMs envolvidos.

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