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Jogadores de rúgbi ensinam modalidade para crianças de Paraisópolis

Fabrício Kobashi e Maurício Draghi comandam o projeto Rugby para Todos, que hoje beneficia 200 crianças e adolescentes com idade de 7 a 17 anos

Por Lívia Andrade
Atualizado em 5 dez 2016, 15h21 - Publicado em 19 dez 2013, 18h13

Colegas no time de rúgbi do Pasteur Athletique Club desde os anos 90, os amigos Fabrício Kobashi e Maurício Draghi costumavam treinar passes na Praça Vinícius de Moraes, no Morumbi. Nesses encontros, era comum que crianças da vizinha favela de Paraisópolis se aproximassem, atraídas pela atividade inusitada, e eles terminassem ensinando-lhes os lances básicos do esporte. A cena se repetiu tantas vezes que os dois resolveram tornar as aulas mais sistemáticas.

Em 2004, procuraram a diretoria do Palmeirinha, clube de futebol amador da região, e pediram para usar o campo da equipe. Em seguida, visitaram oito escolas da região e lançaram o convite aos alunos para aprender a modalidade. Já no primeiro dia apareceram mais de 100 interessados. Assim nasceu o projeto Rugby para Todos, que hoje beneficia 200 crianças e adolescentes com idade de 7 a 17 anos. São três aulas por semana, sob a orientação de vinte profissionais, entre técnicos, psicólogos e pedagogos.

Os fãs do negócio gostam de citar a seguinte comparação: o futebol é um esporte de cavalheiros jogado por bárbaros, enquanto o rúgbi é um esporte de bárbaros jogado por cavalheiros. “É a mais coletiva das modalidades, pois o objetivo é atravessar o campo, mas o jogador só pode passar a bola para quem está atrás dele”, diz Draghi. “Eles aprendem valores importantes como respeito, união, caráter e disciplina.” Já que não exige um biotipo padrão, torna-se mais fácil angariar adeptos. “Qualquer um pode jogar: menino, menina, alto, magro, rápido, vagaroso, gordinho”, afirma Kobashi. Uma revelação do programa é David Martins Pereira Prates, que começou a treinar no campinho da favela, transformou-se em instrutor do projeto, obteve uma bolsa para cursar educação física na Unip e hoje defende a seleção brasileira da modalidade.

Os problemas sociais da região são um desafio a mais para os instrutores. “No início, alguns alunos chegavam com fome”, conta Kobashi. “Recebíamos o apoio de parentes das crianças, que levavam um bolo para o lanche”, completa Draghi. Hoje, após cada treino, todos ganham um lanche e um suco. Com 95% dos seus recursos bancados pela Lei de Incentivo ao Esporte, o projeto captou 540 000 reais neste ano. A expectativa é dobrar a quantia em 2014.

Nome: Fabrício Kobashi e Maurício Draghi | Profissão: jogadores de rúgbi | Atitude transformadora: criaram um projeto para ensinar a modalidade a crianças de Paraisópolis

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