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Jardins verticais têm infestações de grilos e aranhas em São Paulo

Dos sete condomínios que receberam a estrutura, quatro pleiteiam junto à prefeitura a retirada da vegetação. Um deles já apelou até para a Justiça.

Por Matheus Prado, Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
15 nov 2019, 11h45
Mais para marrom: sem manutenção, paredões verdes morrem na cidade (Rogério Pallatta/Veja SP)
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Quatro mil metros quadrados de verde em sete jardins verticais percorrendo empenas do Minhocão. Um grande avanço para uma região cinzenta e à procura de respiro, mas que não durou muito. Dos sete condomínios que receberam a estrutura, quatro pleiteiam junto à prefeitura a retirada da vegetação. Um deles já apelou até para a Justiça.

Isso porque, além do contrato já ter chegado ao fim, eles relatam que o poder público não cumpriu com as obrigações que estavam no documento. “Na proposta tinha um patrocínio, água de reúso para o condomínio, reembolso de contas de água e energia elétrica. Enfim, melhorias para o prédio e para a região, mas que nunca ocorreram”, diz Wendel Cardoso da Silva, síndico do Edifício Bonfim. A conta de água do condomínio subiu cerca de 1 000 reais e se tornou insustentável para os moradores. Outro síndico insatisfeito é Marco Mendo, do Santa Filomena, que recebeu o jardim em forma de carranca. “A manutenção ficou a dever, deixaram crescer mato. Tivemos infestação de grilos e aranhas. Infiltração também”, afirma.

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“A manutenção ficou a dever, deixaram crescer mato. Tivemos infestações de grilos e aranhas. Infiltração também”, afirma o síndico Marco Mendo, do Santa Filomena (Rogério Pallatta/Veja SP)

As estruturas surgiram entre 2015 e 2016 como medida compensatória para construtoras. As que tivessem retirado áreas verdes na cidade poderiam patrocinar a construção de um jardim e arcar com sua manutenção por seis meses. Os projetos foram executados pelo negócio de impacto socioambiental Movimento 90º, especialista em jardins verticais e tetos verdes. Depois disso, nos dois anos e meio restantes no contrato, a prefeitura prometia assumir os custos de manutenção, o que nunca ocorreu, segundo eles. Silva e Mendo afirmam que jamais tiveram contato com agentes do poder municipal, somente com a empresa que instalou os painéis. A experiência de Vera Lúcia Jesus foi diferente. Ela é uma das síndicas que renovaram o contrato por mais dois anos e está satisfeita com seu jardim no Edifício Huds. “Fico consternada pelo fato de os prédios vizinhos terem tido uma experiência ruim. Também não recebi assistência da prefeitura, mas o pessoal do Movimento 90º segurou as pontas na manutenção”, relata. Procurada pela reportagem, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente afirma em nota que nenhuma empresa manifestou interesse em patrocinar o projeto e que “está em elaboração o processo de orçamento para a retirada dos jardins nos edifícios localizados ao longo do elevado”.

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Exceção: três dos condomínios devem manter jardim vertical (Rogério Pallatta/Veja SP)
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