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Itaquerão vai custar R$ 2 bilhões após refinanciamento de dívida

Com o novo contrato, a ser sacramentado nos próximos dias, o clube vai demorar mais tempo para quitar o estádio

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 13 jan 2017, 08h53 - Publicado em 13 jan 2017, 08h42
Estádio do Corinthians, em São Paulo
Neo Química Arena (Arena Corinthians/Divulgação)
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Sem pagar o financiamento do Itaquerão desde maio do ano passado o Corinthians, enfim, chegou a um acordo com a Caixa Econômica Federal (CEF) para retomar o pagamento das mensalidades da arena cujo custo, agora, será de cerca de 2 bilhões de reais. Com o novo contrato, a ser sacramentado nos próximos dias, o clube vai demorar mais tempo para quitar o estádio. No entanto, arcará com um valor mensal menor.

O Corinthians pagava 5 milhões de reais por mês e passará a despender pouco mais de 3 milhões. O prazo do financiamento sobe de doze para vinte anos e o valor total vai aumentar, em decorrência dos juros. Antes do novo acordo, a dívida estava na casa dos 1,6 bilhão.

Além da alteração no valor da parcela e do prazo de pagamento, o clube também tentou mudar o item contratual pelo qual toda a renda obtida em jogos do Corinthians na arena tem de ser revertida para o fundo que administra as contas do Itaquerão. Não conseguiu. Assim, continua sem poder utilizar o dinheiro da bilheteria.

Os dirigentes comemoraram o acerto. O estádio ficará ainda mais caro, entretanto eles entendem que ganharão fôlego para administrar as finanças do clube e conseguir honrar os pagamentos em dia. No ano passado, ocorreram atrasos na quitação de salários, pagamento de transferências e do próprio financiamento da arena. Em maio, o Corinthians suspendeu os pagamentos, entrou em contato com a Caixa e solicitou novo acordo.

Os atuais dirigentes alegam que a dificuldade em honrar todos os compromissos se deve em grande parte a dívidas antigas, deixadas pelos últimos presidentes, que eram da mesma chapa do atual mandatário, Roberto de Andrade – a crise política fez com que se afastassem. Só a contratação do atacante Alexandre Pato obrigou a atual diretoria a pagar 5 milhões de reais.

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Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, revelou no ano passado que o clube chegou a se ver obrigado a tirar dinheiro do futebol para pagar o estádio, o que não deveria ocorrer.

Uma auditoria independente está sendo realizada para o clube saber exatamente o que foi feito pela Odebrecht e o que resta para a arena ser concluída. A construtora admite que não entregou 100% da obra e alega ter usado parte do dinheiro então disponível para outras intervenções no local que custaram mais do que o esperado.
A dificuldade em conseguir pagar a arena passa pelo fracasso nas negociações do “naming rights” do estádio. Os dirigentes disseram diversas vezes, ainda enquanto o Itaquerão estava sendo construído, que venderiam o nome rapidamente, mas as diversas notícias negativas sobre a obra – acidentes, alguns com mortes, possível envolvimento na Operação Lava Jato, etc – afastaram o interesse de várias empresas em ligar a sua marca ao estádio.

Em 2016, o Corinthians ficou muito próximo de fechar o “naming rights”, mas não conseguiu obter garantias financeiras da empresa com a qual negociava. No momento, não existe nenhuma negociação.

Em 25 de outubro passado, Andrés Sanchez admitiu em entrevista estar disposto a aceitar um valor bem menor do que o esperado para poder fechar o “naming rights”. “Se chegarem com uns 300 milhões de reais ou 200 milhões, eu aceito. O que pagarem a gente fecha (o Corinthians insistiu por muito tempo em 400 milhões)”, disse.

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