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Instituto do Câncer de São Paulo, Octavio Frias de Oliveira, é inaugurado

O edifício de 28 andares ficou pronto após dezenove anos e 340 milhões de reais

Por Edison Veiga
Atualizado em 5 dez 2016, 19h27 - Publicado em 18 set 2009, 20h30

Uma obra pública gigante que ficou por anos abandonada. Por gigante leia-se 28 andares e por anos leia-se doze. Isso mesmo, doze anos sem que o barulho de uma britadeira ecoasse no esqueletão de concreto da Avenida Doutor Arnaldo, em Cerqueira César. A construção do prédio vizinho ao Hospital das Clínicas começou em 1989. A obra do que seria o Instituto da Mulher, anunciado como um centro de referência na saúde feminina, foi paralisada em 1991 e recomeçou somente em 2003. Dezenove anos e 340 milhões de reais depois, o edifício que enfeava a paisagem paulistana tem inauguração prometida para esta terça (6). Rebatizado de Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira, será o primeiro hospital público do estado a tratar exclusivamente de pacientes (a partir de 12 anos) acometidos pela doença.

Na primeira fase, funcionarão os 120 consultórios médicos e a ala de quimioterapia, com setenta poltronas – a capacidade é para 6 000 sessões por mês. A partir de agosto, seus 580 leitos começarão a receber internações. Prevê-se que somente no fim de 2009 o hospital esteja em pleno funcionamento, com cerca de 2 400 profissionais e 600 médicos. Terá um orçamento de 190 milhões de reais por ano. Inicialmente serão 460 funcionários e quarenta médicos. Nomes estrelados como o do urologista Miguel Srougi e o do cardiologista Roberto Kalil Filho integrarão o quadro clínico. Gradativamente, toda a oncologia do Hospital das Clínicas será absorvida pelo novo centro. “Câncer hoje só mata menos que doenças cardiovasculares”, diz o médico radiologista Giovanni Guido Cerri, diretor-geral do instituto. “Por isso, ter um hospital com esse foco é fundamental.”

Logo no saguão de entrada, um painel de 15 metros de comprimento por 3 de altura, pintado por Romero Britto, colore o ambiente. Noções básicas de hotelaria não foram deixadas de lado, o que deve proporcionar ao paciente um conforto raramente visto na saúde pública. “As instalações são extremamente dignas”, afirma o oncologista Paulo Hoff, diretor clínico. “Não haverá nenhum quarto com mais de dois leitos, por exemplo.” Numa cidade que registra 35 000 casos de câncer por ano (no estado são 101 000 e no Brasil 500 000), é quase inacreditável que uma estrutura dessas tenha ficado por tantos anos ao deus-dará. Agora, o hospital está pronto para desempenhar sua missão de dar tratamento a pacientes que lutam contra o câncer. Finalmente.

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