Ingo Hoffmann preside instituto de apoio a crianças com câncer
Projeto instalado ao lado de hospital de Campinas já atendeu cerca de 2 000 pacientes em tratamento
Aos 61 anos, o ex-piloto paulistano Ingo Hoffmann lançou no mês passado sua biografia. Em 416 páginas, ele relembra a trajetória nas pistas, que inclui passagens por categorias como a Fórmula 1 (disputou GPs pela equipe brasileira Copersucar, dos irmãos Fittipaldi) e a Stock Car, na qual conquistou doze títulos em trinta temporadas. Para ele, no entanto, a maior vitória nada tem a ver com o automobilismo. No último capítulo do livro, o “Alemão”, como Ingo é conhecido no meio da velocidade, conta sua satisfação em presidir uma instituição de apoio a crianças com câncer, projeto criado por ele há sete anos. “É muito bom ver que estamos fazendo a diferença em um momento tão difícil da vida dessas pessoas”, conta.
A entidade dá suporte aos pacientes de um hospital filantrópico em Campinas, o Centro Infantil Boldrini. O Instituto Ingo Hoffmann, que fica nas redondezas, abriga gratuitamente os pacientes de fora da cidade que estão em temporada de tratamentos como sessões de quimioterapia. Eles ficam hospedados com os pais em um dos trinta chalés privativos, espalhados por 2 450 metros quadrados de área construída, que tem ainda brinquedoteca, biblioteca e sala de informática. Até o fim de 2013, cerca de 2 000 crianças haviam passado por lá. “Não mudamos o destino de ninguém, mas fazemos com que as pessoas possam enfrentar a doença com dignidade”, afirma.
Ele começou a alimentar a ideia quando disputava o Rally dos Sertões, nos anos 2000. Na época, participou de doação de cestas básicas a moradores carentes das cidades que ficavam no percurso. De volta a São Paulo, procurou uma causa social para contribuir. Depois de conhecer os profissionais do Boldrini, resolveu ajudar o serviço. Ganhou do hospital o terreno do abrigo e amealhou, no evento do lançamento do projeto, a quantia de 1,5 milhão de reais necessária à obra. Ingo continua bem ativo no trabalho de arrecadação. Todo mês, ele corre atrás dos 35 000 reais que o instituto gasta para manter suas atividades.
Nome: Ingo Hoffmann
Profissão: piloto
Atitude transformadora: criou uma instituição que já atendeu cerca de 2 000 crianças com câncer