Influenciadora agredida pelo ex na frente da filha relata perseguição
Maithê Fernandes diz que passou a ser hostilizada na internet após ex-companheiro descumprir medida protetiva; ele nega
Maithê Fernandes da Costa, influenciadora digital de 25 anos, foi ofendida em suas redes sociais e perdeu sua conta profissional no Instagram. O caso aconteceu após seu ex-namorado ser preso na última sexta-feira (9). O homem de 26 anos a agrediu em junho, na frente da filha, o que o levou à detenção e à criação de uma medida protetiva. A defesa dele nega.
Segundo Maithê, moradora de São Vicente, o ex-companheiro descumpriu a ordem judicial. Em vez de manter o distanciamento determinado, ele teria ido encontrá-la em uma casa noturna e acabou novamente preso. A influenciadora afirmou que saiu junto de sua amiga para o lugar e ele teria ido ao estabelecimento depois delas. Ela pediu para que o homem fosse embora, o que não aconteceu, então optou por chamar a polícia, que o deteve por descumprir a medida judicial.
Depois disso, ela passou a ser hostilizada nas redes sociais sob a acusação de ter forjado a situação. “A minha vida virou um inferno. Começaram a criar fakes com fotos minhas, chamando pessoas conhecidas e inventando que eu estava vendendo meu corpo em troca de dinheiro, e usando foto minha com a legenda ‘eu sou vacilona'”, contou em entrevista ao G1.
Sua conta no Instagram, que contava com mais de 15 mil seguidores, foi derrubada. O perfil servia como principal fonte de renda de Maithê, que tenta recuperá-lo em contato com o atendimento do aplicativo. Caso não consiga, terá que começar da estaca zero. Ela também possui diploma em pedagogia.
O advogado da influenciadora afirmou que a defesa está “reunindo elementos que comprovam intensa violência psicológica, e colhendo provas de agressões, ameaças e xingamentos pretéritos” para formalizar a denúncia no processo principal. Os ataques na internet serão denunciados nesta segunda-feira (12).
A defesa do homem de 26 anos diz que “os fatos acerca da suposta agressão sofrida por Maithê não ocorreram da forma como descrita na inicial acusatória, e serão comprovados durante a instrução processual nos autos em questão”. Além disso, ela discorda da versão apresentada pela vítima.
“Já referente à ficta quebra da medida protetiva, tratou-se de uma perseguição empreendida pela vitima a diversos estabelecimentos comerciais onde se encontrava o acusado, com único intuito de efetuar sua prisão em flagrante, ancorada na medida protetiva em questão, tendo em vista que o mesmo possui um novo relacionamento e não mais corresponde às expectativas de sua ex-companheira, tudo bem detalhado e demonstrado nos autos, que corre em segredo de Justiça, sendo assim, a defesa do acusado entende por conveniente não expor maiores detalhes dos fatos ocorridos, tanto no momento da suposta quebra de medida protetiva quanto da acusação de agressão”, afirma por meio de nota.
Em relação aos ataques nas redes sociais, a defesa diz que “as mesmas começaram a ocorrer após a injusta prisão acerca da quebra de medida protetiva, que não ocorreu, e que o acusado sequer tem ciência, tendo em vista que, desde o dia dos fatos, o mesmo encontra-se no cárcere, portanto, sem qualquer comunicação com a sociedade, e quem dirá com redes sociais, não podendo, assim, ser responsabilizado”.
Agressão
A primeira prisão do homem de 26 anos ocorreu na cidade de Praia Grande, no dia 10 de junho. Ele e Maithê, após ficarem um tempo separados, voltaram a namorar. Durante um encontro, o ex-companheiro teria se irritado durante uma conversa sobre o período em que ambos não estavam juntos.
Quando voltaram para a casa, a influenciadora conta que foi agredida no carro e fora dele. “Ele me bateu muito lá fora, e quando eu tentei entrar, ele continuou me agredindo, até eu desmaiar. Isso tudo na frente da minha filha de 6 anos. Acordei com os policiais, a mãe dele e minha filha em estado de choque”.
Esse foi o segundo episódio de agressão em um ano de relacionamento, segundo ela. No primeiro, Maithê havia o perdoado. Na segunda, registrou um Boletim de Ocorrência, comprovou as agressões através de exames de corpo de delito e, por fim, pediu a medida protetiva.
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