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Ilhabela: progresso e preservação ambiental

O único jeito é exigir das construtoras cuidado com a natureza

Por Maria Paola de Salvo
Atualizado em 5 dez 2016, 19h26 - Publicado em 18 set 2009, 20h31

A bandeira da proteção ao meio ambiente tremula em quatro dos principais lançamentos imobiliários de Ilhabela. Além de dar às empresas uma imagem de amigas da natureza – e servir de argumento extra para os corretores –, a sustentabilidade tornou-se central na cidade por uma questão de sobrevivência. Com 83% de seu território encravado numa área protegida de Mata Atlântica, ilhabela vive do turismo ecológico. Não pode, portanto, brincar com sua principal fonte de renda. Por outro lado, tem de lidar com a aparentemente irrefreável expansão de condomínios. O resultado são leis mais restritivas, como o plano diretor, de 2006, para evitar que a mancha de concreto ultrapasse os 7% de terras onde ainda se pode construir. Um exemplo: ele obriga as construtoras a instalar estações de tratamento de esgoto e reutilização de água em seus empreen-dimentos. A medida deve amenizar um dos principais problemas do município, onde somente 5% dos domicílios contam com coleta de esgoto. No último dia 20, a Cetesb classificou como impróprias para banho cinco das treze praias, inclusive as concorridas Armação e Feiticeira. No verão, quando 16 000 turistas se somam aos 24 000 habitantes, a coisa piora – e ainda falta água.

As incorporadoras, numa bela estratégia de marketing, aproveitaram a lei para atrair a freguesia. “Quem compra em Ilhabela presta bastante atenção na questão ambiental”, analisa Luiz Paulo Pompéia, diretor da Embraesp. O sucesso do Yacamim, lançado em 2006 pela Odebrecht, confirma essa tese. Além de serviços típicos de um condomínio de luxo, tem como atrativo um sistema de tratamento de esgoto, instalado para manter limpas as águas da Praia do Curral. Assim, 95% das 139 casas (com preços entre 200 000 e 1,3 milhão de reais) já têm dono. Na mesma linha vai o vizinho Acqua Ville, que pretende reaproveitar água da chuva. O Fazenda Arrozal e o Praia da Pacuíba, no norte da ilha, prometem não mexer em 60% e 90%, respectivamente, da vegetação de seus terrenos. A conferir. Até porque nenhum desses empreendimentos recebeu ainda o selo americano do Green Building Council, que certifica construções ecologicamente corretas mundo afora. Só ganha o título quem toma cuidados com a natureza desde o início da construção. O Yacamim teve suas chances diminuídas. Acaba de receber uma notificação da prefeitura por uma desastrada terraplenagem em época de chuvas. “O barro foi parar no mar”, diz Maria Inês Biondi, secretária do Meio Ambiente.

Quem quer fugir dos condomínios, mas sonha construir no município, saiba: não é fácil. Mexer numa única plantinha, só depois de conseguir uma licença ambiental que leva de quatro meses a um ano para ser emitida. Recomenda-se, também, pesquisar o histórico do terreno. “Cerca de 80% da área da ilha é de posse. Ou seja, não tem escritura”, explica a corretora Celeste Dimasi. “Isso pode virar uma dor de cabeça durante a obra.” Imóveis já prontos são a alternativa menos burocrática. E cara. Em condomínios como o Ponta da Figueira e o da Sela, no sul, ou no Sobre o Mar, no norte, a casa mais barata custa 2 milhões de reais (algumas chegam a 25 milhões de reais). Há, no entanto, a opção do aluguel por temporada, cujas diárias em mansões com cinco suítes e piscina saem por cerca de 2 000 reais. Só não esqueça de conferir se a praia mais próxima está liberada para banho.

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