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Homem que levou doações se choca ao reconhecer peças à venda em “feira”

Pedro Paulo Reinholz levou roupas e itens de higiene pessoal ao Largo do Paissandu nesta quarta (3) e flagrou a cena minutos depois

Por Thaís Oliveira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 3 Maio 2018, 17h05 - Publicado em 2 Maio 2018, 23h14
 (Reprodução/Veja SP)
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O promotor e DJ Pedro Paulo Reinholz, 29, foi uma das centenas de pessoas que se mobilizou para fazer doações às vítimas do desabamento do Edifício Wilton Paes de Almeida, no centro. Separou cerca de quarenta camisetas e uma dezena de shorts e casacos para levar à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos nesta quarta (2). Também comprou itens de higiene e artigos infantis.

As sacolas foram entregues em mãos para um homem que portava um crachá com os dizeres “apoio” por volta das 18 horas. Minutos depois, ao contornar a praça, o rapaz reconheceu parte de suas roupas à venda em uma “feira do rolo” instalada a poucos metros dos escombros.

Chocado, ele gravou a cena e relatou o caso no Facebook. No post, ele afirma que viu as roupas “sendo vendidas por um cidadão da própria organização da coleta”, mas negou a VEJA SÃO PAULO que o vendedor fosse a mesma pessoa que recebeu os itens trazidos por ele. “Fiquei muito nervoso na hora.”

“Para ter certeza, sentei ao lado dele [o vendedor] ali na hora. Ele ainda brincou: é 5 reais.” Surpreso, Reinholz chamou um dos organizadores e voltou ao local para cobrar explicações, mas ambos foram intimidados por outras pessoas que circulavam por ali. “Foi uma confusão, ele ficou segurando o vendedor enquanto eu chamava a polícia.” Ao pedir ajuda, ouviu dos oficiais que deveria fazer um B.O. e que, fora isso, não havia nada a fazer.

Um dos pontos mais buscados por doadores, a igreja está sem espaço para alocar os itens recebidos. O interior se vê abarrotado e há uma pilha de doações nas escadaria da frente. “Pelo que entendi, eles receberam muitas doações, e também havia curiosos, gente que estava esperando o ônibus. Parecia um formigueiro”, diz.

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Assista ao vídeo:

Entidades sociais também organizaram uma cozinha comunitária para atender aos que ficaram instalados em barracas no entorno da igreja. Após um acordo entre a prefeitura e o movimento responsável pela ocupação, os moradores serão levados para o Centro de Inclusão pela Arte, Cultura, Trabalho e Educação (Cisarte), a cerca de 3 quilômetros do local.

Desde o desabamento, diversas entidades se mobilizaram recolher doações. Só a Cruz Vermelha recebeu mais de 5 toneladas em roupas, água, alimentos e itens de higiene pessoal. A orientação da prefeitura, aliás, é para que doações sejam entregues a esta instituição. O posto fica na Avenida Moreira Guimarães, número 699, próximo ao aeroporto de Congonhas.

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