Haddad cria tendas temporárias para moradores de rua
Gestão do petista recebeu críticas após denúncias de que a Guarda Civil Metropolitana recolheu cobertores de desabrigados
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta (16) a criação de quatro tendas que serão destinadas a moradores de rua. A partir da próxima semana, os novos locais de acolhimento temporários estão disponíveis na Mooca, Sé, Anhangabaú e Glicério, na área central da cidade.
Cada um terá capacidade para até 250 pessoas e possuirá regras diferentes das impostas nos abrigos regulares da capital e que são alvo de reclamações da maior parte dos usuários. Nas novas tendas, os cães poderão ficar em canis, ao contrário do que é permitido hoje. Além disso, casais terão a permissão de pernoitar no mesmo estabelecimento. A secretária municipal de Assistência Social, Luciana Temer, ressalta que a cidade possui 10 000 vagas diárias em albergues, mas muita gente se recusa a ir para albergues.
Com as novas tendas, a ideia é atrair um número maior de frequentadores. “Serão espaços abertos, maiores, mas de caráter temporário. Esperamos que as pessoas estejam dispostas a vir”.
Haddad dará bônus para compartilhamento de veículos
A medida ocorre após a morte de cinco moradores de rua em dias de muito frio na capital. Além disso, a Guarda Civil Metropolitana foi acusada de retirar cobertores e objetos pessoais de desabrigados. Nesta quinta, o prefeito Fernando Haddad afirmou que não há nenhum vínculo dos óbitos com qualquer ação individual da GCM. “As acusações que fizeram sobre a atuação da guarda não foram corretas. Não há correlação entre as mortes e possíveis excessos. Não descarto deslizes de protocolo, mas tudo será devidamente apurado”, afirmou.
Haddad anunciou também a criação de um decreto, a ser publicado no Diário Oficial no próximo sábado (18), e que vai balizar as ações de mobilização dos agentes municipais sobre moradores de rua. Nenhum objeto pessoal poderá ser retirado em uma abordagem, a exemplo de cobertas e carrroças.