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Mulheres pegam firme nos exercícios durante a após a gravidez

Saradas, elas têm força e rotina inimagináveis para a maioria das mães

Por Mariana Rosario Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 12 Maio 2017, 14h28 - Publicado em 12 Maio 2017, 14h27

Em janeiro, a empresária Anna Colacioppo, de 33 anos, precisou segurar uma barra que pesou muito mais se comparada àquela de 75 quilos, levantada durante os exercícios na academia. Ansiosa, passou um dia inteiro sem contar ao marido que esperava o primeiro filho do casal. “Fiz uma surpresa durante um jantar romântico”, lembra.

Procurou sua ginecologista para dar as boas -novas e começar o pré-natal. Entre dúvidas sobre alimentação e sintomas da gravidez, pediu para continuar treinando com pesos, cordas e barras no espaço de crossfit que comanda em Arujá, na Grande São Paulo. Ela pratica a modalidade há quatro anos e compete em torneios especializados. “A médica me liberou, desde que eu diminuísse cargas e intensidades”, explica.

Na 22ª semana de gestação, Anna segue religiosamente cinco sessões semanais de cerca de uma hora, finalizadas sempre com um shake de whey protein. Suas atividades são normalmente vigiadas por olhares aflitos dos colegas de malhação. “Não é muito comum ver alguém malhar com o meu barrigão”, conta a empresária.

Neste domingo (14), Dia das Mães, ela vai comemorar em um almoço com a família a chegada de Heitor. “Vou curtir muito o bebê e levá-lo para me acompanhar no retorno aos exercícios depois do parto”, planeja.

Thais: sessões em casa ao lado de Henrique, de 5 meses (Leo Martins/Veja SP)

Anna é integrante de um movimento que vem ganhando músculos nos últimos tempos. Gestantes e mamães marombeiras que exibem barrigas saradas e braços definidos principalmente em redes sociais como o Instagram. A exemplo das chamadas musas fitness, elas postam fotos da ginástica, do almocinho saudável… Como é lei na internet, as imagens mostram uma vida quase impecável, de fazer inveja. Enjoos e indisposições, tão comuns na gestação, raramente aparecem na timeline, assim como as inevitáveis noites em claro nos primeiros meses da criança e os perrengues com fraldas.

Ficam fora também dos espaços as discussões sobre os riscos do exagero — programas de malhação intensiva nessa fase são indicados apenas para quem já os praticava regularmente. “Se você não treinou a vida inteira, não é nesse período que deve começar”, alerta a fisioterapeuta especializada em saúde da mulher Juliana Schulze Burti.

Vale dizer que o exercício não é proibido nessa fase, pelo contrário. Basta que seja feito na medida certa, de acordo com os limites de cada praticante. “Atividades relaxantes, incluindo ioga e caminhadas matinais, podem ser ótimas aliadas e não se mostram tão cansativas”, explica o ginecologista José Bento de Souza.

Mulher do jornalista Felipe Andreoli, a apresentadora de TV Rafa Brites, mãe de Rocco, de 3 meses, ganhou 22 quilos na gestação e diz ter amado o novo corpo. “Eu me achei linda e fiquei preocupada em respeitar minhas vontades”, conta. Recentemente, voltou a frequentar as aulas de ioga. A academia, entretanto, vai esperar. “Se eu tiver tempo para malhar ou para dormir, com certeza vou dormir”, diverte-se.

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Quem não observa as recomendações básicas se arrisca a ficar exposta a complicações sérias. “Pode ocorrer o descolamento da placenta, seguido de um aborto”, diz Flávia Mariano, pediatra da Maternidade São Luiz. Para os especialistas, existe ainda outro efeito colateral do modismo. “Em alguns casos, essa exposição gera tensão em outras mães, podendo causar stress, ansiedade e até depressão”, afirma o psicólogo Arnaldo Cheixas.

Aryahdinnie, Éricka e Antonella: família fitness (Alexandre Battibugli/Veja SP)

A energia gasta pela youtuber Shirley Hilgert, com os filhos Leonardo e Caetano, de 5 e 2 anos, respectivamente, logo após o nascimento dos meninos a impedia de fazer atividades simples. “Acompanhava nas redes sociais a rotina de outra mãe, que teve filho um dia depois de mim, e me comparava muito com ela”, conta. “Enquanto ela saía à noite, eu não conseguia nem pentear o cabelo direito.” A analista de recursos humanos Éricka Gomes, 36, não viveu dilema parecido.

Ela colou na geladeira de sua casa, na Freguesia do Ó, fotos de mulheres com as medidas que gostaria de exibir. “Agora que a Antonella completou 3 meses, posso retornar à academia”, comemora a jovem de 55 quilos e 1,60 metro de altura. Éricka também costuma levar a filha mais velha, Aryahdinnie, 16, para a musculação.

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Uma das figuras que admira é a mineira Bella Falconi, a mamãe fitness mais famosa do país, com 2,9 milhões de seguidores no Instagram. Em 2015, Bella se envolveu em polêmicas ao postar cliques treinando até os últimos meses da gravidez. Foi acusada de estar negligenciando o bebê. Defendeu-se na época ao afirmar que tanto ela quanto a criança estavam saudáveis.

Giulianna e Gabriel: ela pratica corrida ao lado do filho (Leo Martins/Veja SP)

Um dilema comum das novas mamães é encontrar tempo para dar conta do filho e dos cuidados com o corpo. Por isso, surgiram serviços que tentam facilitar a agenda apertada. Uma boa alternativa é investir em exercícios junto dos filhos. O estúdio Instituto Audrea Lara, no Butantã, por exemplo, realiza duas vezes por semana aulas de uma hora que misturam pilates e balé (290 reais por mês).

As mães que levam os bebês em carregadores de pano perdem cerca de 600 calorias. Para não haver choradeira, as professoras usam bolas coloridas e arcos enfeitados. Quem não quer sair de casa conta também com opções. Criado há dois anos, o programa Mamãe Sarada funciona como uma Netflix de emagrecimento.

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A interessada deve pagar 348 reais para ter acesso a vídeos para dois meses com catorze minutos diários de atividade física. São cerca de 4 400 adeptas do modelo na capital. A personal trainer Thais Figueiredo, 32, criou uma estratégia para exercitar-se perto do filho, Henrique, de 5 meses. Dentro do apartamento na Vila Nova Conceição, preparou um arsenal de cordas, bolas, tapetinhos e elásticos para fazer séries de fortalecimento.

Com os equipamentos, crossfit e uma dieta sem produtos industrializados, ela já disse adeus a 10 dos 12 quilos ganhos durante a gestação. “Sou muito regrada com a alimentação, o que reflete no leite do bebê. Ele nunca teve cólicas”, orgulha-se. No universo das grávidas ou lactantes, a dieta à base de frango e batata-doce, hit no mundo da malhação, está vetada. “A ausência de nutrientes como o ferro interfere na saúde da criança e pode causar anemia na mãe”, explica a nutricionista Lara Natacci.

Mães e filhos na aula de balé com pilates: 600 calorias por hora (Ricardo D'Angelo/Veja SP)

Assim que os pequenos crescem, conciliar a rotina de trabalho, cuidados e malhação acaba ficando um pouco menos complicado. Atualmente, a endocrinologista Giulianna Pansera treina para correr a primeira maratona, em setembro, na Alemanha, algo impensável até pouco tempo atrás. O filho, Gabriel, 4, acompanha seus passos e faz as próprias provas infantis. “Quero que ele pegue gosto pelo esporte”, diz. “É um dos melhores presentes que uma mãe pode dar a um filho”, elogia o pediatra Claudio Len.

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TREINO SEGURO
O que evitar fazer na academia durante a gravidez

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