Grande Prêmio São Paulo 2010 reúne celebridades
Com a presença de 30 000 pessoas, o evento chamou atenção pelo excesso de brilho, pelas roupas chamativas e expressões padronizadas
Domingo, 16 de maio, 13h30. É dada a largada para a entrada do Grande Prêmio São Paulo 2010. Imponente com seu pé-direito alto, piso de mármore e vasos enfeitados com rosas e gérberas vermelhas, o hall do Jockey Club, em Cidade Jardim, reúne uma tropa de fotógrafos à espera dos convidados. Eles sabem que, de monotonia, não vão sofrer. Para a ocasião, as damas da sociedade paulistana tiram do armário suas mais chamativas joias, chapéus variados e, ainda que o termômetro não registre menos de 18,5 graus, casacos de pele. Esses são os momentos que antecedem a prestigiada prova de turfe realizada há 134 anos.
Mario Rodrigues
Xororó e Hebe, na carruagem que carregava os troféus: ela, claro, tascou um selinho no turfista campeão
Clique, clique, clique. Barulho de flashes disparando. Alvoroço entre os presentes. Márcio Toledo, 50 anos, presidente da casa, surge com sua namorada, a ex-prefeita Marta Suplicy, 65 anos. Os dois estão juntos há dez meses. A pré-candidata do PT ao Senado, cujos olhos azuis ficaram realçados devido ao belo par de brincos de brilhantes e esmeraldas que usava, está visivelmente mais magra. O mesmo vale para seu parceiro. Segundo amigos, ele teria perdido ao menos 7 quilos desde o início do romance. Quase um corpinho de jóquei. Ah, o amor… Depois de posarem de mãos dadas e em clima ‘olho no olho’, os dois deram início à via-crúcis típica de anfitriões: passar de mesa em mesa para cumprimentar os presentes. O camarote do Jockey é dividido em dois salões, onde cabem cerca de 500 pessoas. Um é exclusivo para os convidados e o outro, para os sócios do clube. Eventos assim costumam reunir personalidades dos mais variados universos. Há empresários, apostadores, políticos, socialites e celebridades. Além, claro, das 29 500 pessoas sentadas nas arquibancadas.
Mario Rodrigues
A dermatologista Ligia Kogos, com o marido, Waldemar: só as pérolas não eram vermelhas
Chitãozinho e Xororó, entre os poucos homens de óculos escuros, chegaram ao lado das respectivas senhoras, Márcia e Noely. As duas, aliás, figuravam entre as poucas mulheres sem chapéu. A dermatologista Ligia Kogos apareceu exuberante ao lado do marido, Waldemar. Conhecida como a rainha do Botox, ela estava toda de vermelho intenso, como se fosse madrinha do Corpo de Bombeiros: batom, vestido, chapéu, bolsa e botas de cano alto. A exceção ficou por conta das joias, estas de pérolas. “Eu adoro os eventos daqui”, contou. “Posso usar minhas melhores produções.” Ligia contou que conhece Toledo há muitos anos. “Ele é um apreciador de mulheres bonitas”, disse. “Tanto que já foi namorado da atriz Paula Burlamaqui e é amigo da modelo Karina Bacchi.” Outra que apostou em um visual monocromático foi a empresária da noite Lilian Gonçalves. Da maquiagem à meia-calça, era tudo em tons de rosa. “O Jockey é isso, um lugar superchique”, disse ela. Também fez questão de informar que, na década de 70, Toledo, então estudante de direito na PUC e de jornalismo na USP, frequentava seu bar Biroska na companhia dos amigos Julio de Mesquita Neto e João Carlos Di Gênio.
Mario Rodrigues
Wesley ao lado da mulher, a empresária da noite Lilian Gonçalves
Recuperada de um câncer, Hebe Camargo chegou com uma hora e trinta minutos de atraso. Como sempre, era toda sorrisos. “Estou emocionada por ser madrinha de um evento desse quilate”, afirmou ela, que desfilava com enormes anéis e brincos de esmeralda em forma de coração — de tamanho equivalente ao de um ovo de codorna. Todos enfeitados com muitos brilhantes. Seguranças abriam espaço para a grande estrela da TV brasileira passar. Quando chegou à mesa principal, Hebe virou a atração do almoço. A loira ficou de pé durante quinze minutos tirando fotos, recebendo cumprimentos e transmitindo um pouco de sua energia àqueles que deixaram os talheres de lado para vê-la de perto. Enquanto isso, seu prato de ravióli de queijo brie e alho-poró esfriava. “Gente, agora eu vou almoçar.”
Perto dali estava Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, que será o chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo, encostado à parede com um copo de uísque na mão. Era sua estreia no hipódromo paulistano. “Este lugar não faz parte do meu universo”, disparou. “Se bem que a maioria dessas pessoas é falida.” Às 16h30, um pouco antes do sétimo páreo, o principal do dia, atendentes passaram com máquinas de cartão de crédito para registrar o que deveriam ser as maiores apostas do Grande Prêmio. Ao todo foram onze páreos, que juntos arrecadaram 1,26 milhão de reais. Comedidos, Chitãozinho e Xororó apostaram 10 reais cada um. Marta Suplicy e Márcio Toledo arriscaram 50. Pé-quente, o bambambã do Jockey escolheu o animal vencedor e faturou 250 reais. Marta não teve a mesma sorte.
Mario Rodrigues
A arquiteta Chris Ayrosa foi a vencedora do prêmio de melhor chapéu
Para premiar a dupla vencedora, o cavalo (Sal Grosso) e o cavaleiro (Luiz Duarte), Hebe Camargo trouxe as taças em uma carruagem. Estava acompanhada de Chitãozinho e Xororó. A plateia aplaudiu a apresentadora de pé. “Obrigada, obrigada”, repetia ela, com os olhos marejados. Para não perder o costume, tascou um selinho no jóquei logo em seguida. O rapaz ficou corado. Vermelhas (possivelmente de raiva) também ficaram algumas das pessoas que tentaram tirar foto ou cumprimentar Marta Suplicy quando esta subia a escadaria da arquibancada que dava acesso ao camarote. Ela ignorou o pedido da maioria. Devia estar com pressa para participar da premiação dos mais elegantes do evento. “Foi uma surpresa”, celebrou a arquiteta Chris Ayrosa, ganhadora na categoria de melhor chapéu. O modelo que usava é criação da estilista Beth Salles. “Preferi algo simples a ficar exótica demais”, explicou. Às 19h50, os cavalos do último páreo cruzam o disco final. E, para um seleto grupo, começa a hora de pensar no figurino a ser usado no Grande Prêmio do ano que vem.