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Alckmin recua e adia reorganização das escolas

Governador afirma que vai debater mudança com pais de alunos. Estudantes comemoram decisão 

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 11h50 - Publicado em 4 dez 2015, 12h33
Protesto professores
Protesto professores (Eduardo Knapp/Folhapress/)
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O governo de São Paulo decidiu suspender a reorganização das escolas estaduais. Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes na tarde desta sexta (4), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que haverá rediscussão da mudança. “Vamos debater escola por escola com a comunidade, com os pais dos alunos, afirmou. “O ano de 2016, que seria o ano de implantação da reorganização, será de discussão.”

De acordo com o governador, os alunos continuarão em suas escolas no próximo ano. “Não haverá mudança. Continuará tudo como estava antes da proposta de reorganização.”

Durante sua fala, que durou perto de cinco minutos, Alckimin citou ainda uma frase do Papa Francisco para exemplificar a decisão. “Entre a indiferença egoísta e o protesto violento há uma opção sempre possível: o diálogo.” Ao terminar a coletiva, Alckmin deixou a sala e não respondeu a perguntas dos jornalistas presentes. 

Antes do anúnciou de Alckmin, a presidente da União Paulista dos Estudantes, Angela Meyer, comemorava o recuo. “Os secundaristas acabaram com os planos do governo. É uma conquista histórica”, afirmou ela. Após o anuncio, ela disse que a medida é um golpe do governo. “Eles estão fazendo uma manobra para desmobilizar os estudantes.” Os manifestantes vão se reunir nesta tarde para decidir se mantêm a ocupação nas escolas. 

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Na manhã desta sexta, a Justiça havia vetado a reorganização das escolas e estabeleceu multa de 200 milhões de reais em caso de descumprimento. A medida valia apenas para cidade de Guarulhos, na região metropolitana. O Tribunal de Justiça também já preparava ação para proibir o fechamento de escolas na capital paulista.

Protestos

Durante a decisão de reorganizar as escolas, os estudantes se mobilizaram e ocuparam diversos colégios pelo estado. Nesta semana, houve um reducrescimento do movimentos e os alunos foram às ruas em fecharam o acesso de vias importantes na capital. Nesta sexta, os manifestantes fizeram novo ato, desta vez na Avenida Paulista. Policiais militares usaram bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. Alguns alunos que estavam concentrados na região central após o protesto seguiram para a sede do governo no Morumbi. 

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Reorganização

Em setembro, o secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, divulgou uma reforma para que as escolas estaduais tenham ciclo único. A medida faria com que 754 unidades oferecessem só os anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), finais (6º ao 9º) ou ensino médio. Com isso, mais de 300 000 alunos seriam transferidos e 93 escolas, fechadas.

O governo enfrentou oposição porque não dialogou com as comunidades escolares antes do anúncio do projeto. As Faculdades de Educação da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) já repudiaram os argumentos pedagógicos da proposta. Pesquisadores ligados à Universidade Federal do ABC (UFABC) também apontaram fragilidades no estudo da secretaria que baseou a reforma.

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