Gestão Doria retoma planos para ponte entre Santos e Guarujá
Trecho de 7,5 quilômetros conectaria a Via Anchieta à Cônego Domenico Rangoni e diminuiria o tempo médio de trajeto de uma hora e meia para quarenta minutos
A ponte ligando Santos e Guarujá, no litoral paulista, deve sair do papel. Pelo menos essa é a expectativa do secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto. Segundo ele, a obra aguarda licenças e deve ser executada pela Ecovias – por meio da ampliação do tempo de exploração do Sistema Anchieta-Imigrantes pela concessionária.
Planeja-se uma ponte com 7, 5 quilômetros, que conectará a Via Anchieta (altura do km 64) com a Cônego Domenico Rangoni (no km 250 – depois da praça do pedágio). O traçado é o mesmo estudado durante o governo Márcio França (PSB). O objetivo é facilitar a integração logística entre as cidades – e diminuir o tempo médio de trajeto de uma hora e meia para quarenta minutos.
A expectativa da atual administração é de que as obras, uma promessa de campanha do governador João Doria (PSDB), se iniciem até o fim de 2019. “Uma vez obtido o licenciamento, imaginamos que dentro de 36 meses a ponte possa ser entregue. Já temos a aprovação dos municípios e das autoridades marítima e aeronáutica”, disse Machado. O governo só irá divulgar projeções de custo quando a questão do licenciamento ambiental estiver equacionada.
Como a obra ficaria sob a responsabilidade da Ecovias, a contrapartida seria o aumento do tempo de concessão do Sistema Anchieta-Imigrantes. Hoje, ele termina em 2025. Especialistas alertam, porém, que o aumento do prazo de concessão pode levar a contestação na Justiça e atrapalhar o andamento da obra.
Não é a primeira vez que uma ligação entre Santos e Guarujá ganha um plano. Ao menos outros dois projetos já estiveram em estudo. O ex-governador tucano José Serra (2007-2010) chegou a exibir maquete com uma proposta de ponte, com custo estimado em 700 milhões de reais (o projeto previa duas faixas em ambos os sentidos, com 4,8 km de novas pistas, 1 quilômetro de trecho estaiado). A ideia não saiu do papel – problemas com a altura mínima exigida e a construção de um aeroporto inviabilizaram a ideia.
Já na gestão Geraldo Alckmin (PSDB), a ponte foi substituída por um projeto de túnel submerso. Assim como a ideia inicial, o túnel não avançou – mas a ideia também não está totalmente descartada pelo novo governo, que pode iniciar debates sobre sua viabilidade.