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Gestão Doria adotará redução de danos na Cracolândia

A decisão ocorre após uma série de críticas do Ministério Público, entidades de saúde e outras instituições às primeiras ações do programa anticrack

Por Estadão Conteúdo
1 dez 2017, 09h16
A gestão João Doria (PSDB) admitiu que dará espaço a ações de redução de danos na Cracolândia no lugar de priorizar o modelo de abstinência (Thiago Bernardes / Framephoto/Estadão Conteúdo)
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A gestão João Doria (PSDB) admitiu que dará espaço a ações de redução de danos na Cracolândia no lugar de priorizar o modelo de abstinência. Em maio, a administração havia participado de ação conjunta com a polícia na região na qual defendeu a internação forçada de usuários de drogas. Desde o início do mandato, o prefeito critica o programa De Braços Abertos, de seu antecessor, Fernando Haddad (PT), que previa a oferta de moradia trabalho remunerado e alimentação aos dependentes químicos cadastrados, mesmo que eles mantivessem o uso de drogas.

A mudança no discurso foi explicitada nesta quinta-feira (30) pelo coordenador do Redenção, programa municipal anticrack, Arthur Guerra, em reunião da Subcomissão de Drogas da Câmara Municipal de São Paulo. No evento, ele disse que é um “grave erro” que o programa tenha como base apenas ações no modelo de abstinência, como as internações em clínicas.

“Devemos ouvir os pacientes para saber o que eles querem. O programa tem como base, então, teoricamente, a abstinência, então todos devem ir para hospitalização. Isso é um grave erro. Vários pacientes não querem ficar em abstinência, ou não conseguem ficar. Vamos ter, sim, de usar outro modelo: redução de danos”, declarou.

A decisão ocorre após uma série de críticas do Ministério Público Estadual, entidades de saúde e outras instituições às primeiras ações do programa anticrack de Doria.

Questionada sobre a mudança de tom, a Prefeitura informou, em nota, que “não há contradição entre o que afirmou Guerra e o que vem sendo praticado no âmbito do referido programa”. A administração diz que “sempre deixou claro não perceber oposição entre as políticas de redução de danos e promoção de abstinência”.

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Afirmou ainda que já adota tal modelo em unidades de assistência social que oferecem serviços aos usuários de drogas sem exigir abstinência.

Segundo a nota, o que é rejeitado pela atual gestão é a prática adotada pelo programa De Braços Abertos de dar dinheiro aos usuários. “Essa política mostrou-se um equívoco, que levou ao crescimento do número de consumidores de drogas na região da Luz”, disse.

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