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“Gainsbourg — O Homem que Amava as Mulheres”: charme irresistível

Vida do genial e feioso músico francês ganha tom de fábula em filme do jovem cartunista Joann Sfar

Por Alex Xavier
Atualizado em 14 Maio 2024, 12h18 - Publicado em 9 jul 2011, 00h50

Era uma vez um garoto com orelhas de abano, olhos esbugalhados e narigão que sonhava ser artista plástico para pintar mulheres bonitas. Quando cresceu, a música o levou a conquistar as mais desejadas beldades do mundo. O jovem cartunista Joann Sfar estreia como cineasta dando à biografia do temperamental cantor e compositor francês Serge Gainsbourg (1928-1991) um encantador tom de fábula.

Gainsbourg — O Homem que Amava as Mulheres é baseado em uma história em quadrinhos de sua autoria e, portanto, a caricatura também faz parte do filme. Talvez só assim seja possível explicar o charme irresistível do homenageado, cuja feiura foi eclipsada por sua genialidade.

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Na Paris ocupada pelos alemães durante a II Guerra Mundial, o menino Lucian (seu nome verdadeiro) já se sentia homem, desenhando cenas eróticas, fumando cigarros e assustando os adultos com uma resposta ardilosa sempre engatilhada. Filho de judeus russos, desdenhava da perseguição nazista escondendo-se em seu universo criativo, povoado por um alter ego esquisitão como ele.

O personagem imaginário, apresentado como um alegórico boneco do próprio Gainsbourg, o acompanha nas décadas seguintes, quando, já crescido (incorporado de maneira impressionante pelo ator Eric Elmosnino), torna-se compositor de músicas popularizadas por vozes femininas.

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Na tela surgem atrizes lindíssimas que interpretam estrelas ainda mais fascinantes, do naipe de Brigitte Bardot (Laetitia Casta), sua amante, e Jane Birkin (Lucy Gordon), com quem se casaria e teria uma filha. Os bastidores da criação de canções célebres, como Bonnie & Clyde e a provocativa Je t’Aime Moi non Plus, rendem números musicais divertidos e envolventes. Extremamente sensual, a fita é prejudicada apenas pelo final um tanto apressado e pouco conclusivo.

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