Ex-médico Farah Jorge Farah é encontrado morto em casa
Na última quinta (21), o STJ decidiu que o ex-cirurgião deveria voltar para prisão; ele foi condenado pelo assassinato de uma paciente
Foi encontrado morto em casa, nesta sexta (22), o médico Farah Jorge Farah, aos 68 anos, condenado a mais de catorze anos de prisão por ter matado e esquartejado uma paciente em 2003. De acordo com informações da Polícia Civil, o corpo foi achado na casa do ex-médico na Vila Mariana.
O corpo foi encontrado por policiais que foram até a casa do ex-cirurgião para executar um mandado de prisão. “Quando fomos prendê-lo, ele já estava morto”, diz o delegado Osvaldo Nico Gonçalves. Ele estava deitado na cama com um ferimento profundo na perna. “Provavelmente ele cortou a via femoral, devido à quantidade de sangue. Ele mesmo sabia o que estava fazendo”, afirmou o delegado. No ambiente, tocava uma música fúnebre, de terror, e o ex-cirurgião estava vestido de mulher, com seios. A perícia é aguardada no local.
Na última quinta (21), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que Farah deveria voltar imediatamente a prisão para cumprir os catorze anos de pena por ter matado e esquartejado a paciente Maria do Carmo Alves em 2003.
O crime
Farah Jorge Farah era acusado de homicídio doloso por matar e esquartejar a dona de casa Maria do Carmo Alves, em 2003. Na época, a mulher era paciente e amante do médico. Ela morreu aos 46 anos.
A perícia indicou que Farah levou dez horas para matar a vítima no dia 24 de janeiro de 2003, uma sexta-feira, em seu consultório. Vestígios de sangue encontrados no teto indicavam que a o coração da vítima ainda batia no momento em que ela foi esquartejada. Na manhã de sábado, ele teria retirado as partes do corpo esquartejado e as guardado no porta-malas do carro. Em seguida, ele se internou em uma clínica psiquiátrica, onde confessou o crime a uma sobrinha que o visitava. Foi ela que fez a denúncia.
O corpo foi encontrado pela polícia no carro do médico, que foi preso horas depois. Em depoimento, Farah confessou o crime aos policiais e foi preso.
Em 2006, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) impediu Farah de continuar a exercer a profissão. No ano seguinte, os advogados de Farah conseguiram no Supremo Tribunal Federal o direito do réu aguardar o julgamento em liberdade.
Em 2008, ele foi julgado e condenado a treze anos pela morte e pela ocultação do cadáver, mas o júri foi anulado. Na ocasião, a defesa alegou que os laudos oficiais que comprovariam o estado semi-imputável de Farah, os quais mostrariam que ele não tinha plena consciência de seus atos no momento do crime, foram ignorados pelos jurados.