Masp: Evandro Carlos Jardim revisita mostra da década de 70
Artista paulistano de 75 anos retorna ao museu com mais 150 peças inéditas, em total de 250 trabalhos
Em 1973, o paulistano Evandro Carlos Jardim, que viria a representar o Brasil na Bienal de Veneza três anos depois, levou ao Masp uma individual de título quilométrico e curadoria de Pietro Maria Bardi. Chamava-se ‘a noite, no quarto de cima, o cruzeiro do sul, lat. sul 23º32’36”, long.w.gr. 46º37’59”’ — assim mesmo, em minúsculas. Agora, o artista de 75 anos retorna ao museu e àquela mostra, com mais 150 peças inéditas. No total, são 250 trabalhos, entre gravuras, pinturas, desenhos, fotos e cadernos de anotações. “Continuei concentrado no desenvolvimento da série”, explica. “São obras sobre São Paulo, especialmente a Zona Sul, onde fica meu ateliê, e também as margens do Rio Pinheiros e o Pico do Jaraguá, que enxergo do estúdio.” Nem sempre as referências à cidade surgem de forma direta e reconhecível. Algo proposital: “Não quero fazer documentação, mas captar a passagem do tempo, as transformações e, assim, apreender a atmosfera da metrópole”, diz Jardim, que define seu processo criativo como uma “arqueologia da memória”. Outro motivo especial para a nova exibição no Masp é sua relação afetiva com o museu. “Expus pela primeira vez lá, numa coletiva em 1963, quando a sede ainda ficava na Rua 7 de Abril”, lembra. “Na juventude, aprendi demais admirando aquele acervo.”