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Estação Higienópolis-Mackenzie é aberta nesta terça-feira (23)

Treze anos após as primeiras escavações, a unidade operará das 10h às 15h durante uma semana para fase de testes e, depois, funcionará normalmente

Por Adriana Farias
23 jan 2018, 12h24

Quem espera sempre alcança. Esse é o nome de um evento do Facebook criado por estudantes do bairro da Consolação para comemorar a inauguração da Estação Higienópolis-Mackenzie do metrô, que ocorreu nesta terça-feira (23), por volta das 10h. Passaram-se nada menos do que treze anos desde as escavações iniciais da obra, e a primeira previsão de abertura era para 2014.

Com 12 000 metros quadrados e 25 metros de profundidade, a estrutura integra a Linha 4-Amarela e possui dois acessos para atender a uma demanda diária estimada em 42 000 pessoas. O principal deles fica ao lado da Universidade Presbiteriana Mackenzie, na esquina da Rua da Consolação com a Piauí. O outro encontra-se na esquina da Consolação com a Visconde de Ouro Preto. Durante esta primeira semana, o serviço funcionará em fase de testes, das 10h às 15h. Depois, seu horário normal será de domingo a sexta, das 4h40 à meia-noite, e aos sábados, das 4h40 à 1h. No futuro, haverá conexão com a Linha 6-Laranja, que ligará a Brasilândia, na Zona Norte, à Estação São Joaquim, no centro. Essa construção, no entanto, permanece interrompida desde 2016. O governo do estado planeja a retomada em 2018 e a conclusão até 2021.

Após mais de uma década de convivência com os transtornos do canteiro de obras, os vizinhos festejam o fim dos trabalhos na Higienópolis-Mackenzie. “Eu passava por ali todo dia e deparava com os caminhões e aquela perturbação do sossego. Então, é um alívio ver que terminou”, afirma o presidente da Associação de Moradores de Higienópolis e Santa Cecília, Fábio Fortes. “Mas valeu a pena, pois agora temos uma linha moderna e que nos orgulha”.

A proximidade com a estação ainda trouxe outros benefícios aos proprietários de residências e apartamentos da região. “O metro quadrado registrou uma valorização de cerca de 15% nos últimos seis anos, chegando aos atuais 11 340 reais”, diz o engenheiro Reinaldo Fincatti, diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp).

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No início de dezembro, a imobiliária Lopes vendeu 75% das 387 unidades de um novo empreendimento localizado na Rua Caio Prado, ali ao lado, em apenas uma semana. “Foi uma surpresa. O normal é comercializar 35% em um mês”, comemora o diretor de atendimento da companhia, João Henrique.

Quem aguentou firme durante o período problemático colhe os resultados. “Teve morador que vendeu o apartamento por 90 000 reais há alguns anos com medo da bagunça da estação”, diz Aloisio Ferreira da Silva, zelador de um prédio vizinho. “Agora não tem nada por aqui valendo menos do que 400 000 reais.”

Movimentação em frente a estação na manhã desta terça-feira (23) (Arnaldo Lorençato/Veja SP)

Projetada para ser executada em duas etapas, a Linha 4-Amarela começou a ser construída em 2004 e passou a operar com dois anos de atraso, em 2010. O primeiro trecho, de 8,9 quilômetros, compreende as estações Luz, República, Paulista, Faria Lima, Pinheiros e Butantã. A Higienópolis-Mackenzie está incluída na segunda fase, que chegou a ter as obras paralisadas em 2015, quando o grupo Corsán-Corviam abandonou os serviços por falta de dinheiro e teve seu contrato rescindido pelo Metrô. Em março de 2016, uma nova licitação foi suspensa depois de o Tribunal de Contas do Estado apontar irregularidades, como um suposto favorecimento a companhias participantes. Quatro meses mais tarde, os trabalhos foram retomados com a contratação do consórcio TC-Linha 4, formado pelas empresas Tiisa e Comsa, que assumiu as demais estações da Linha 4-Amarela: Oscar Freire (previsão de entrega em março), São Paulo-Morumbi (julho) e Vila Sônia (2019).

Em dezembro, houve mais um problema envolvendo o Metrô: a Camargo Corrêa denunciou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a existência de um cartel em licitações de obras das linhas 4-Amarela e 2-Verde, que teria vigorado entre 1998 e 2014. Em resposta às denúncias, o governador Geraldo Alckmin afirmou que o estado é vítima nesse episódio e prometeu acionar as companhias para cobrar delas uma indenização.

Na questão dos atrasos da segunda etapa da Linha Amarela, o custo da obra acabou subindo de 858 milhões para 1,9 bilhão de reais. “Tivemos as correções monetárias do período e outros imprevistos”, justifica o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni. Quando estiver completo, o ramal terá 14,4 quilômetros e onze estações entre a Luz, na região central, e a Vila Sônia, na Zona Oeste. Ao longo deste ano, outras quatro paradas foram inauguradas na rede metropolitana: Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin — da Linha 5-Lilás —, e Engenheiro Goulart — da Linha 12-Safira, da CPTM.

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Alto da Boa Vista, da Linha 5-Lilás: uma das quatro inaugurações de 2017 (Divulgação/Veja SP)

VAGÃO DE NOVIDADES

As próximas inaugurações na rede metroviária

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Janeiro

Eucaliptos, Linha 5-Lilás

Fevereiro

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Moema, AACD-Servidor e Hospital São Paulo, Linha 5-Lilás

Março

Oscar Freire, Linha 4-Amarela

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Abril

Santa Cruz e Chácara Klabin, Linha 5-Lilás

Julho

São Paulo-Morumbi, Linha 4-Amarela

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