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Espaço do leitor: prefeitos se posicionam sobre capa da Vejinha

Paulo Alexandre Barbosa, de Santos, e Válter Suman, de Guarujá, enviaram cartas à revista

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 18 set 2019, 16h17 - Publicado em 13 set 2019, 06h00
Baixada Santista chama a atenção pela beleza, mas enfrenta problemas (Marcelo Sonohara/Veja SP)
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No último dia 4, a VEJA SÃO PAULO publicou uma capa (edição nº 2652) abordando a decadência da baixada – com ênfase nos municípios de Santos e Guarujá. Os prefeitos de ambas as cidades se posicionaram por meio de comunicados enviados à revista. Confira:

Baixada santista

Com indignação e surpresa recebemos a reportagem “Tão perto, tão em baixa” (4 de setembro). A revista optou por uma edição tendenciosa, desconsiderando os muitos avanços obtidos nos últimos anos, em especial com relação à cidade de Santos, foco da matéria de capa. Os jornalistas receberam da prefeitura dados, estatísticas, pesquisas e estudos totalmente opostos ao cenário caótico apresentado na reportagem. De uma paleta de tintas, escolheram as cores mais escuras para pintar um quadro de “decadência” que não condiz com a realidade. Santos foi eleita duas vezes a melhor cidade para viver pela consultoria Delta&Finance/América, em 2017 e 2019, segundo indicadores de educação, saúde, taxas de violência, qualidade dos domicílios, receitas, despesas, desigualdade e eficiência da gestão. Uma dessas ocasiões foi noticiada pelo blog Cidades sem Fronteiras, do portal da própria VEJA. Santos possui o terceiro melhor índice de desenvolvimento humano municipal (IDH-M) paulista e a 11ª menor taxa de assassinatos, com 7,8 casos por 100 000 habitantes. Na capital, o índice é de 13,2. Pesquisa com mais de 300 cidades coloca Santos como uma das mais seguras do Brasil. Os santistas e todos aqueles que trabalham ou simplesmente amam a cidade exigem respeito por tudo o que o município representa para o estado e o país.

Paulo Alexandre Barbosa, prefeito de Santos

Guarujá vive um momento de retomada, após uma década em estado de profunda letargia. O município coleciona motivos que comprovam ser a atual fase uma das melhores de sua história recente. É completamente impertinente — para não dizer irresponsável — relacionar o cenário atual da cidade ao da Guarujá romântica, paraíso dos milionários paulistas nos anos 1960 e 1970. Foram décadas de crescimento desordenado, incentivado por determinados setores e ignorado pelos grandes veículos de comunicação. É bastante estranho assistir a uma descabida tentativa de difamar a imagem de Guarujá às vésperas da abertura dos envelopes com as propostas dos interessados em investir no aeródromo Civil Metropolitano. É necessário ressaltar que críticas realçadas na matéria ao arcaico sistema de travessia de balsas são compartilhadas pela prefeitura e pelos guarujaenses em geral, que aguardam do governo do Estado a tomada de providências que garantam a concretização da sonhada ligação seca com Santos, há décadas planejada e que não depende das administrações municipais, cabe frisar. Dona da única praia Bandeira Azul do Estado de São Paulo, a do Tombo, Guarujá continua sendo um dos destinos turísticos mais procurados do Sudeste. É inconcebível acatar o uso de expressões como “decadente” para descrever um destino turístico em absoluta ascensão e que acaba de bater mais um recorde ao atrair mais de 2 milhões de visitantes na última temporada de verão. Uma incoerência do tamanho da impertinência da pauta lamentavelmente desenvolvida pela revista dá a impressão de estar eivada de vícios que em nada contribuem para o desenvolvimento da sociedade ou mesmo para o bom jornalismo.

Válter Suman, prefeito de Guarujá

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Números provam perda de relevância

Segundo levantamentos do Ipeadata, estima-se, em que pesem possíveis mudanças geográficas dos municípios, que a cidade chegou a ser a segunda economia do estado entre as décadas de 30 e 50, se mantendo no top 10 regional até o final dos anos 1990, quando começou a perder fôlego. De acordo com os últimos dados do IBGE, de 2016, a cidade é a 13º economia do estado. Também foi a região administrativa que menos cresceu entre 2002 e 2018, 24,1% contra 43,1% de média estadual, de acordo com dados da Fundação Seade*. A geração de empregos também anda deficitária por ali. Neste ano, de janeiro a julho, o mercado de trabalho brasileiro ganhou 461 411 vagas. A Baixada, por outro lado, perdeu 2 459 postos, segundo dados do Caged. Em Guarujá, a situação é mais dramática. Apesar de contar com a 23ª maior população do estado, sua economia amarga a 42ª posição entre os municípios paulistas. Em 2004, tinha o quadragésimo PIB.

*A Vejinha errou ao afirmar que Santos tinha o 14º PIB do Brasil e o quinto de São Paulo em 2012 e dizer que despencou no ano seguinte (“Tão perto, tão em baixa”, 4 de setembro). Os dados constam na base do IBGE, mas dizem respeito a uma série histórica (ano de referência 2002) diferente da utilizada hoje (ano de referência 2010). Ao mudar de uma série para a outra, a entidade atualiza dados de referência e metodologias, o que colocou Santos, no sistema vigente, como o 37º PIB do país e o 12º do estado, em 2012. Essa diferença se deu por uma alteração de variável para rateio dos impostos federais entre os municípios, neste caso o de importação. Não obstante, Santos vive uma perda de protagonismo. Segundo levantamentos do Ipeadata, estima-se, em que pesem possíveis mudanças geográficas dos municípios, que a cidade chegou a ser a segunda economia do estado entre as décadas de 30 e 50, se mantendo no top 10 regional até o final dos anos 1990, quando começou a perder fôlego. De acordo com os últimos dados do IBGE, de 2016, a cidade era a 13º economia do estado. Também foi a região administrativa que menos cresceu entre 2002 e 2018, 24,1% contra 43,1% de média estadual, de acordo com dados da Fundação Seade.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 18 de setembro de 2019, edição nº 2652.

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