Uma bicicleta é roubada a cada meia hora em São Paulo

Foram quase 13 000 ocorrências do tipo em 2016, segundo a Secretaria da Segurança Pública

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 5 fev 2017, 12h11 - Publicado em 5 fev 2017, 11h45
Ciclofaixa Higienópolis
Ciclofaixa da Avenida Higienópolis: também há furtos ali (Luiz Carlos Murauskas/Folhapress/)
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Um boletim de ocorrência é registrado por furto ou roubo de bicicleta no Estado de São Paulo a cada trinta minutos. Dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) mostram que entre janeiro e setembro de 2016 foram levadas 46 delas por dia, em média. Nos nove meses, foram 12 710 ocorrências, contra 11 954 do mesmo período do ano anterior – um aumento de 6,3%.

Pela primeira vez, o governo do estado fez um levantamento para mapear esse tipo de crime. Só na capital – primeiro lugar no ranking das cidades -, houve 1 351 furtos e roubos de bicicletas entre janeiro e setembro. A maioria dos casos se concentra no centro e Zona Oeste. Mas o total ainda pode ser maior, porque nem todos vão à delegacia para registrar a queixa.

A designer gráfica Maria Julia Brito, de 26 anos, por exemplo, foi roubada no Minhocão e não fez boletim de ocorrência. Eram 22h de domingo e a via estava fechada para carros, quando a jovem e um amigo sentaram no Elevado, perto da Estação de Metrô Marechal Deodoro. As bicicletas dos dois ficaram encostadas na mureta.

Um grupo de pessoas caminhava na direção da dupla. Segundo ela, uma criança pegou a bicicleta do amigo dela e levou embora. O jovem correu e conseguiu reavê-la. Nesse meio-tempo, os outros integrantes do grupo a abordaram e, ameaçando com uma garrafa de vidro na mão, pegaram a bicicleta dela. “Nos dias seguintes, alguns colegas ciclistas viram uns meninos rodando com a minha bicicleta, que era bem chamativa: roxa com aro azul”, conta.

Maria até tentou fazer boletim de ocorrência eletronicamente, mas diz que não conseguiu. Foi a uma delegacia no dia seguinte e relata ter sido informada que era para voltar em horário comercial. Acabou desistindo: “Não conseguiria recuperar a bicicleta. Pensei: ‘nem vale a pena fazer a queixa’.” Ela usava a bike para trabalhar e passear. Desde o roubo, não comprou uma nova e parou de usar por um tempo. “Não tenho mais vontade de sair para pedalar à noite, que é horário em que tenho disponibilidade”,diz.

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O vereador Police Neto (PSD), que no fim de novembro teve a terceira bicicleta furtada em quatro anos, dá a dica: não demore mais do que vinte dias para voltar a andar de bike, nem que seja emprestada. “Continue pedalando para não perder o entusiasmo”, afirma.

Police Neto teve bikes furtadas no Largo São Bento, na Avenida Paulista e na Praça da Sé. Ele defende a criação de um cadastro municipal de bicicletas roubadas – que depois pode ser ampliado para o país – nos moldes de um site feito por ciclistas, em 2001.

“Precisamos de um sistema eletrônico com todas as informações possíveis da bicicleta. Esse cadastro poderia contribuir com a inteligência policial para desbaratar quadrilhas.”

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