Continua após publicidade

“Em bairro que já tem prédio alto, por que limitar?”, questiona presidente do Secovi

Ely Wertheim diz que gabarito de altura de prédios em certas regiões é "muito restrito" e que mercado imobiliário "não está descaracterizando bairros"

Oferecimento de: Atualizado em 28 Maio 2024, 08h59 - Publicado em 14 abr 2023, 06h00
Metro quadrado mais caro de São Paulo.
 (Leo Martins/Veja SP)
Continua após publicidade

Nove anos após a aprovação do Plano Diretor, que está em processo de revisão na Câmara Municipal, a cidade virou um canteiro de obras, especialmente em áreas próximas a estações de metrô e trem e corredores de ônibus, como forma de aumentar o adensamento nessas regiões. Mas para Ely Wertheim, presidente executivo do SecoviSP, entidade que representa as empresas imobiliárias da cidade de São Paulo, é preciso que a lei seja atualizada para permitir ainda mais construções na capital. “A gente entende que algumas revisões e aperfeiçoamentos devem ser feitos, para permitir que os bairros que já estão consolidados tenham um adensamento mais homogêneo nos eixos, para que mais pessoas possam usufruir da infraestrutura. E não somente nos eixos, mas também dentro dos bairros”, afirma.

Prioritariamente, desde 2014, a Prefeitura estimula as construções em eixos de estruturação da transformação urbana, que são locais que ficam a 150 metros de corredores de ônibus ou no raio de 400 metros de estações do transporte sobre trilhos. Alguns exemplos são bairros próximos à Radial Leste; das avenidas que conectam o Jabaquara, na Zona Sul, até a Sé, no Centro; ou o trecho da Rua Heitor Penteado até a Avenida Paulista, entre outros. Mas, mesmo nesses locais, o Plano Diretor e a Lei de Zoneamento fixam limites de altura de prédios. O mercado imobiliário tem pressionado para diminuir essas regras. “Em um bairro que já tem um monte de prédio alto, por que tem que limitar? A gente não defende fazer qualquer coisa de qualquer jeito, mas é muito restrito hoje, a restrição é muito grande e isso encarece o imóvel e impede que mais pessoas possam usufruir dessa porção do território que tem infraestrutura”, comenta. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) estuda, nos próximos meses, propor o fim do limite de altura de 28 metros para prédios nos eixos — isso se daria na revisão da Lei do Zoneamento, de 2016.

Ely Wertheim, presidente do Secovi.
Ely Wertheim, presidente do Secovi. (Ely Wertheim/Secovi-SP/Divulgação)

Nos últimos anos, têm se intensificado os conflitos entre grandes construtoras e associações de moradores de bairros que antes eram repletos de casas, que alegam descaracterização das regiões — como Pinheiros e Pompeia, ambos na Zona Oeste. Para o representante do Secovi, não se pode culpar as empreiteiras. “Não é o mercado imobiliário que está descaracterizando os bairros. A gente atua de acordo com a legislação, é a legislação que tem que definir as regras. É uma questão de opinião, quem se muda para esses bairros gosta. As empresas fazem o que o mercado demanda e o que a legislação permite”, rebate.

Publicado em VEJA São Paulo de 19 de abril de 2023, edição nº 2837

Continua após a publicidade

+Assine a Vejinha a partir de 9,90.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.