“Separados pelo Inverno” constrói um painel original sobre o Irã
O cinema iraniano volta à cena tendo locações autênticas e voltagem neorrealista
Embora lançado com seis anos de atraso, o drama “Separados pelo Inverno” constrói um painel original, triste e atual sobre o Irã. O protagonista é o andarilho Marhab (Ali Nicksoulat, na foto), um tipo boa-pinta, carismático e, sobretudo, de dignidade inabalável.
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Mecânico de pavio curto, Marhab perambula atrás de emprego na periferia de Teerã, mas ganha uns trocados apenas como flanelinha. Contudo, consegue se encaixar numa oficina por indicação de um novo amigo e não tira os olhos de uma bela costureira casada, papel de Mitra Hajjar — o marido dela saiu de casa para procurar trabalho e nunca mais retornou.
O cinema iraniano volta à cena tendo atores não profissionais, locações autênticas e voltagem neorrealista. Devido à crise socioeconômica, há um clima tenso e revoltante na trama que, não raro, traz certa angústia ao espectador. O diferencial maior está na abordagem da paquera e dos desejos sentimentais em um âmbito islâmico radical.
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