Drama “Doze Homens e Uma Sentença” é montado pela primeira vez no Brasil
Peça conta a história dos jurados que decidem a pena de um réu acusado do assassinato do próprio pai
Criado para um teleteatro da emissora americana CBS, Doze Homens e Uma Sentença, de Reginald Rose, ganhou projeção graças ao filme de Sidney Lumet produzido em 1957. Esse drama sobre uma dúzia de sujeitos encarregados de chegar a um veredicto é montado pela primeira vez no Brasil, sob a direção de Eduardo Tolentino de Araújo. O ineditismo do eletrizante texto justifica-se talvez pela dificuldade de recrutar um numeroso elenco capaz de dar envergadura a tipos tão diferentes. Exímio condutor de atores, Tolentino exemplifica sua capacidade de revigorar uma história conhecida, apostando na força dos diálogos e no rigor das interpretações.
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No cenário, que simula a sala de reuniões, estão os sujeitos sentados em torno de uma mesa, alguns de costas para o público. É hora do tudo ou nada: o réu foi acusado de assassinar o pai, e a decisão precisa ser unânime para executá-lo ou absolvê-lo. O conflito começa quando um dos doze jurados (papel de Norival Rizzo, ótimo) opta pela dissonância e abala a convicção do grupo, até então decidido pela condenação. À medida que a dúvida se espalha, os atores Genézio de Barros e Riba Carlovich tiram proveito da exaltação dos personagens, e Eduardo Semerjian, André Garolli e Ivo Muller fogem muito bem das caricaturas. Completado por Brian Penido Ross, José Renato, Augusto César, Oswaldo Mendes, Ricardo Dantas e Marcelo Pacífico, o elenco valoriza o caráter transformador e atual do texto, consagrando o espetáculo como um dos melhores do ano.
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