Os banheiros são precários, o espaço é apertado e há apenas um caixa para pagar o cartão de consumo. Nada disso abala o clima alto-astral do Ó do Borogodó, que estreia no time dos campeões. Na ativa desde 1996, pode ser considerado uma encarnação da Lapa carioca em São Paulo. Lembra em muitos aspectos certos botequins daquele pedaço boêmio do Rio de Janeiro do público de jeitão desencanado ao ambiente sem frescura, passando pela programação ao vivo centrada sobretudo em samba e chorinho de qualidade. Como não há palco, os músicos espremem-se num canto do salão. Craques no cavaquinho, no pandeiro e no tamborim, entre outros instrumentistas, alegram a eclética clientela, que inclui também senhores de chapéu de bamba, garotões de boné e gringos. As cantoras Dona Inah, Karina Ninni, Juliana Amaral e Fabiana Cozza têm presença assídua na agenda. No repertório aparecem composições de Cartola, Zé Kéti, Aldir Blanc, Elton Medeiros, Paulinho da Viola, Noel Rosa, Dorival Caymmi, Chico Buarque… Hectolitros de cerveja (Original e Serramalte, R$ 6,00; Itaipava, R$ 5,50) embalam a noitada até as 3 da manhã. Depois de alguns copos, os casais dão um jeito de arrumar um espacinho para dançar no meio da muvuca.
Rua Horácio Lane, 21, Pinheiros, 3814-4087. 21h/3h (sáb. 13h/20h e 21h/3h; dom. 19h/0h). Couvert art.: R$ 10,00 a R$ 20,00. Estac. c/manobr. (R$ 13,00).