Pais depois dos 40: Francisco Helfenstein Fonseca
Hoje, o médico continua atuando, mas a carreira vem em segundo lugar
Por muito tempo, o cardiologista Francisco Helfenstein Fonseca, de 60 anos, professor da Escola Paulista de Medicina, pôs a carreira em primeiro lugar. “Achava que se fosse bem-sucedido na profissão poderia garantir a alegria de todos dentro de casa”, afirma. Com artigos nas mais importantes publicações médicas do mundo, ele continua levando o trabalho a sério. Mas já não sente mais nenhuma culpa quando dispensa jantares profissionais ou sai correndo de um congresso só para passar mais tempo ao lado da família.
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Fonseca tem quatro filhos de dois casamentos — Rodrigo (35), Amanda (28), Marília (27) e Luisa (10). “Brincar com minha caçula e nosso cachorrinho, Pipoca, tornou-se meu principal compromisso”, diz ele. A notícia de que seria pai aos 50 anos ajudou o médico a estabelecer limites para o trabalho.
Foi uma experiência trágica, no entanto, que o levou a rever suas prioridades. Em 1990, ele perdeu um filho de 11 anos, vítima de atropelamento. “Até então, eu acreditava que felicidade era poder oferecer casa, carro e boa educação aos filhos. Hoje, eu sei que é preciso viver sem ansiedade, aproveitando cada momento ao lado das crianças.”