Dez motivos para ir à Jornada de Cinema Silencioso
Evento deste ano busca resgatar o clima dos primórdios da sétima arte. Exibições começam neste sábado (11)
A Jornada Brasileira de Cinema Silencioso chega à sua sexta edição entre os dias 11 e 19 de agosto, na Cinemateca Brasileira. O evento deste ano busca resgatar o clima dos primórdios da sétima arte, no final do século XIX, em que os filmes eram atrações de feiras e quermesses populares.
Confira a seguir dez motivos para conferir a programação:
1. Mostra “
Destaques de Pordenone
”
Reúne uma seleção de filmes exibidos em diferentes edições do Festival de Cinema Mudo de Pordenone, na Itália, principal evento do gênero no mundo. Na Cinemateca, os destaques da mostra são os curtas do programa “Os Perigos do Cinematógrafo” e o longa “Esposa e Mártir” (1922), de Sam Wood.
2. Conferência com Rielle Navtiski e Eduardo Morettin
Neste domingo (12), às 16h30, Rielle Navitski, pesquisadora da Universidade de Berkely (EUA), e Eduardo Morettin, professor da ECA/USP, discutem “O Cinema Silencioso Brasileiro e Suas Diferentes Formas de Produção Documental e Ficcional”, tendo os anos 20 – em especial as comemorações do centenário de independência do Brasil em 1922 – como foco.
3. Mostra “Cinema Soviético dos Anos 1920”
O panorama retrata a experiência da Revolução Russa (1917) refletida na produção cinematográfica do país. Além de obras dos mestres de vanguarda Serguei Eisenstein e Dziga Vertov, há experimentações de cineastas russos por gêneros como o western, a comédia e o épico. A paródia também se faz presente em “O Raio da Morte” (1925) e “As Extraordinárias Aventuras de Mr. West no País dos Bolcheviques” (1924), ambos de Lev Kuleshov.
4. Curso “O Cinema Soviético dos Anos 1920: Massa e Poder“
Além de ver a mostra com filmes russos, o público pode participar de um curso com François Albera, professor de história e estética do cinema na Universidade de Lausanne, na Suíça. Entre os dias 14 e 17, das 16h30 às 18h, Albera falará sobre os desafios enfrentados pelos cineastas depois da Revolução Russa, sendo o principal deles descobrir como representar as massas que chegavam ao poder.
5. Mostra “
Luzes e Sombras
”
Exibe produções de diferentes nacionalidades, com destaque para os filmes do expressionismo alemão dos anos 1920, marcados pela radicalidade plástica de suas imagens. É o caso do longa “Sombras – Uma Alucinação Noturna” (1923), de Arthur Robinson, que faz um uso estilizado da luz e dos cenários para criar uma dramaturgia ao mesmo tempo onírica e opressiva.
6. Músicos convidados
As principais sessões do evento serão acompanhadas por apresentações ao vivo de músicos como Maurício Takara, Guilherme Granado, Rogério Martins, Abaetetuba, Camerata Aberta, Paulo Santos, Psilosamples, Marcelo Armani, Mário Manga e Objeto Amarelo, entre outros.
7. Mostra “
Brasil – O Espetáculo de 1922
”
A temática do programa é o centenário da Independência do Brasil. A seleção de documentários testemunha festas populares, reuniões e inaugurações oficiais do período.
8. Exibição de “O Gabinete do Dr. Caligari” na fachada do Auditório Ibirapuera
O clássico de Robert Wiene fecha a programação da Jornada no dia 19, às 19h, ao ar livre. Produzido em 1919, o filme alemão retrata a passagem do misterioso hipnotizador Dr. Caligari e seu acompanhante sonambulo Cesare por um pequeno vilarejo da fronteira holandesa. A projeção terá acompanhamento musical de Mário Manga.
9. Quermesse na Cinemateca
O “Salão das Novidades” – que leva o mesmo nome do primeiro cinema inaugurado no Rio de Janeiro, em 1897 – ocorre no pátio da Cinemateca nos dias 11, 12, 18 e 19, das 16h às 21h, e será uma espécie de quermesse. O evento busca recriar o clima dos primórdios do cinema, no final do século XIX, em que ele era uma dentre muitas atrações em feiras e salões populares. Haverá apresentações e performances típicas, como “A Mulher Barbada”, o “Homem Foca” e “O Ilusionista”. Também serão montados números inspirados em personalidades antigas como a Vênus Hottentote e Ching Ling Foo, o mágico chinês, ou em personagens cinematográficos, como Caligari e Cesare.
10. Tudo gratuito
Todas as atrações da Jornada – inclusive o curso e a conferência – são gratuitas e abertas ao público em geral. No caso dos filmes, os ingressos começam a ser distribuídos uma hora antes das sessões. As inscrições para o curso ocorrem em seu primeiro dia, e a entrada na conferência é livre, dependendo apenas do número de lugares no auditório.