Defensoria de SP nega que jovem morto por PMs em 2024 portava arma
Gabriel Ferreira Messias da Silva morreu durante uma abordagem policial em novembro passado na Zona Leste

Um relatório da Defensoria Pública de São Paulo, divulgado nesta sexta-feira (23), sobre o caso do entregador Gabriel Ferreira Messias da Silva, morto durante uma abordagem policial, diverge da versão dos policiais militares registrada em boletim de ocorrência. O caso ocorreu em novembro de 2024, quando Gabriel, que tinha 18 anos, e dois amigos saíam de um posto de combustível na Zona Leste após abasteceram as motocicletas.
Segundo o boletim de ocorrência dos PMs, os três rapazes fugiram em direções diferentes depois da abordagem e a vítima foi perseguida até as mediações da Vila Císper, quando Gabriel teria sacado uma arma e apontado para os policiais que, então, dispararam contra ele.
Porém, a Defensoria analisou as imagens das câmeras corporais dos agentes envolvidos e relata que o jovem não estava armado. Nas imagens, encaminhadas para a polícia e obtidas pelo portal G1, Gabriel aparece já morto e caído na esquina entre as ruas Belém Santos e Colônia Leopoldina, sem arma visível. Em uma captura posterior, um dos PMs orienta que virem a câmera para uma parede e, em seguida, surge um revólver entre o veículo da vítima e o corpo dele.
Em nota, o órgão afirmou que o relatório foi peticionado no inquérito policial e que os policiais implicados na ação foram afastados: “Com base no relatório, o Ministério Público (MPSP) optou pelo afastamento dos policiais das ações operacionais por entender que havia divergência entre o relatado por eles e o que havia nas imagens.”
O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa Humana (DHPP).