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Daniel Boaventura: “Há tempos não fazia um personagem tão ativo”

Veterano dos musicais, ator fala sobre o novo espetáculo, “A Família Addams”, e o lançamento de um DVD ao vivo

Por Bruno Machado
Atualizado em 5 dez 2016, 17h28 - Publicado em 16 jan 2012, 17h54

Depois de gravar um show no Teatro Bradesco no fim do ano passado, que vai dar origem a um CD duplo e a um DVD, cujo lançamento está previsto para abril, Daniel Boaventura se prepara para viver o personagem Gomez em “A Família Addams – O Musical”, que sobe ao palco do Teatro Abril em 2 de março.

Em entrevista à VEJINHA.COM, o ator falou sobre o seu mais recente projeto nos palcos e o lançamento de mais um trabalho como cantor.

VEJA SÃO PAULO – Como está sendo compor seu personagem para o espetáculo “A Família Addams”?

Daniel Boaventura – Essa é a primeira montagem do musical fora da Broadway, então a responsabilidade é grande. Estamos trabalhando com uma equipe dos EUA na direção criativa, na direção musical e também na coreografia. Claudio Botelho [diretor da peça] é quem faz a ponte, para aclimatar o espetáculo e não distanciar o público.

VEJA SÃO PAULO – Você se inspirou em algum ator para fazer o Gomez Addams?

Daniel Boaventura – Eu vi a performance de Nathan Lane, que faz o Gomez na peça original na Broadway. Lembro do John Astin e do Raul Julia fazendo o papel na TV e no cinema, mas procurei não imitar nenhum deles. Sempre busco o que tenho em mim para o personagem. Criar muitas referências é perigoso, pois o resultado pode não ser genuíno.

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VEJA SÃO PAULO – Qual é a diferença entre “A Família Addams” e os seus trabalhos anteriores?

Daniel Boaventura – A diferença entre o Gómez e o Perón, do ultimo musical que eu fiz [“Evita”], é a natureza do personagem. Gomez é quase farsesco, assim como Gastão, de “A Bela e a Fera”. A diferença também está nas músicas, que são mais melódicas, românticas e muito bem-humoradas. Fiquei realmente impressionado com elas. Há tempos eu não fazia um personagem tão ativo em cena. O último foi em “My Fair Lady”, em 2006.

VEJA SÃO PAULO – São Paulo hoje é a capital nacional dos musicais. O que você acha disso?

Daniel Boaventura – Imagino que seja um caminho natural. O brasileiro tem um talento natural para o teatro e a música, então faltava entrar nesse mercado de entretenimento. As versões nada devem para os originais ingleses ou norte-americanos e nossos talentos são muito bons. Aliás, o Brasil hoje é um dos principais países na montagem de musicais, atrás somente dos EUA, Inglaterra e Austrália.

VEJA SÃO PAULO – Você já tem dois discos lançados, “Songs 4 U” (2009) e outro de música italiana (“Italiano”, de 2010). Como será seu novo disco?

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Daniel Boaventura – Meu novo disco é resultado de um show que fiz de “Songs 4 U” no Teatro Bradesco, em outubro do ano passado. Será lançado como um álbum duplo e também em DVD. Entre as canções, há uma inédita que Diane Warren deu para mim.

VEJA SÃO PAULO – Como foi sua aproximação com Diane Warren?

Daniel Boaventura – Meu empresário enviou a ela uma fita – e ela disse que gostou da minha voz. Então me mandou essa música, “Catch My Breath”, que deve ser cantada por uma voz potente, como a minha. E nesse show eu a cantei ao vivo pela primeira vez.

VEJA SÃO PAULO – Além da peça e do lançamento do novo disco, você tem outros projetos?

Daniel Boaventura – Por enquanto estou quietinho, só ensaiando para o espetáculo. Meu nome está circulando na internet para fazer o remake de “A Guerra dos Sexos”, que o Silvio de Abreu está escrevendo. Para mim seria um prazer trabalhar com ele e com o Jorge Fernando. Mas isso só deve acontecer no segundo semestre.

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