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Criança de 3 anos se perde da família e morre em estação do metrô de SP

Menino foi encontrado em túnel e não resistiu aos ferimentos; polícia avalia imagens de câmera de segurança

Por Estadão Conteúdo
28 dez 2018, 13h20
Luan Silva Oliveira morreu entre as estações Santa Cruz e Praça da Árvore da Linha 1-Azul (Reprodução/Veja SP)
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Um menino de apenas 3 anos morreu após se perder da família e ser atingido por um trem entre as estações Santa Cruz e Praça da Árvore da linha 1-Azul do Metrô. O caso ocorreu na manhã do domingo, 23, quando Luan Silva Oliveira ia com a mãe, a dona de casa Lineia Oliveira Silva, de 25 anos, e os irmãos de 7 e 9 anos para Santos, no litoral paulista. O sogro de Lineia e o marido dela também estavam no trem. A polícia investiga o caso.

A dona de casa conta que a família, que mora em Guarulhos, na Grande São Paulo, tinha como destino a estação Jabaquara, onde pegaria um ônibus para o litoral. “Eu me sentei com o Luan no meu colo e o meu filho do meio, de 7 anos, estava do meu lado. Meu marido estava com a minha filha de 9 anos e o meu sogro. Quando o metrô esvaziou, eu me levantei para sentar perto deles, para ficar todo mundo junto. Fui pegar a minha bolsa e ele correu. A porta já estava apitando e fechou. Tentei correr, mas não consegui fazer mais nada”, disse a mãe.

A família desceu na estação seguinte e voltou para o ponto onde a criança tinha ficado. “Informamos para o segurança. Em todo momento, falei que meu filho não estava bem, mas falaram que iam olhar a câmera em vez de parar a via logo.” Ela diz que a criança foi encontrada caída no túnel perto de um trem e foi levada para o hospital, mas chegou ao local sem vida.

Lineia relembra que o filho não se desesperou ao ficar na plataforma. “Ele não chorou, ficou em pé me olhando. Eu que me desesperei. Até caí quando voltei lá.”

A dona de casa afirma que quer ver as imagens das câmeras para entender o que ocorreu. “O guarda está lá para ficar olhando as câmeras, tem câmera para isso. Eu quero ver o que aconteceu com ele.”

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Em meio à tragédia, ela descobriu que vai ser mãe novamente. “Estou grávida de um mês, descobri na quarta-feira. Mas nunca vai substituir meu filho. Eu era muito apegada a ele.”

O pai da criança, o pedreiro Adeilton Bispo de Oliveira, de 32 anos, estava na Bahia quando o acidente aconteceu. “Eu vim para cá, mas nem deu tempo de pegar o sepultamento do meu filho. Foi uma coisa muito chocante. Não consigo entender.”

Em nota, a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) informou que as buscas pela criança foram iniciadas assim que os agentes de segurança foram informados sobre o desaparecimento e que a vítima foi encontrada desacordada, dentro do túnel, a 200 metros da estação Santa Cruz.

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A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) informou que as imagens das câmeras de segurança estão sendo analisadas e que testemunhas já prestaram depoimento. A família da criança deve ser ouvida na próxima semana.

Portas automáticas

A estação onde ocorreu o acidente. Que fica na linha mais antiga do sistema, não tem as portas automáticas que impedem a entrada de passageiros na via. Atualmente, na rede operada pela companhia, uma estação na linha 3-Vermelha (Vila Matilde), três estações na linha 2-Verde (Sacomã, Tamanduateí e Vila Prudente) e seis estações da linha 15-Prata (Vila Prudente, Oratório, São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União) contam com o dispositivo.

O Metrô informou que a licitação para instalação das 88 fachadas de portas de plataforma em estações das linhas 1- Azul, 2- Verde e 3- Vermelha está em andamento. “A previsão é de que o anúncio da empresa vencedora do certame seja feito em fevereiro. Os equipamentos serão implantados em 36 estações, incluindo Santa Cruz, em investimento projetado em torno de R$ 400 milhões.”

Segundo a companhia, foram contabilizados, neste ano (até o dia 27 deste mês), 1.025 episódios de entrada de pessoas nas vias metroviárias. Em 2017, foram 862 casos. Em 2016 e 2015, foram 706 e 611 ocorrências, respectivamente.

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