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Cresce o número de paulistanas que compram motos

Para economizarem tempo e dinheiro, paulistanas enfrentam as ruas de moto

Por Helena Galante
Atualizado em 5 dez 2016, 19h25 - Publicado em 18 set 2009, 20h33

De casa para o trabalho, do trabalho para a faculdade, da faculdade para casa. Na rotina diária da universitária Simone Alves de Moura, todos esses trajetos são percorridos de moto. “Acho um pouco perigoso”, diz. “Mas é muito mais prático.” Ela conta que estacionou o carro na garagem e aderiu ao capacete por causa da economia de tempo e de dinheiro. Como corta caminho pelos corredores e não pára em engarrafamentos, ganha cerca de quarenta minutos todo dia. Com 5 reais de gasolina no tanque de sua Sundown Web, roda a semana inteira. Para minimizar os efeitos do vento no cabelo, Simone anda sempre com uma chapinha na bolsa. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), em todo o país, a participação das mulheres na compra de motos aumentou de 16% para 24% nos últimos dez anos. São Paulo segue a tendência nacional. “A paulistana descobriu que não precisa ficar enclausurada em um carro no trânsito caótico”, afirma Rogério Scialo, diretor de marketing e vendas da Sundown.

Boa parte da clientela feminina opta pelas motos de até 150 cilindradas. Além da facilidade de pilotagem, os modelos com essa potência costumam ter compartimentos embaixo do banco – muito úteis para a mulherada deixar guardado o salto alto enquanto calça o par de tênis, obrigatório para dirigir. “A Honda Biz, que conta com vários detalhes funcionais, tem mais de 50% de suas vendas destinadas às mulheres”, diz Marcos Fermanian, diretor comercial da Honda. Funcionária de uma concessionária da marca, Jianili Piologo vende quarenta motos por mês, oito das quais para mulheres. Fanática por motos, ela tem uma. A fim de deixá-la mais com a sua cara, Jianili pediu a um amigo que pintasse a Penélope (apelido carinhoso de sua NXR 150 Bros) de cor-de-rosa. Ela sabe que chama atenção nos faróis, mas dá de ombros. “Uma hora os motoqueiros vão se acostumar com as mulheres no guidão.”

Aos poucos, elas começam a ganhar espaço também com as motos de alta cilindrada. Além de realizar o desejo antigo de cruzar os Estados Unidos pela lendária Rota 66, o casal Alexandre Rodrigues e Paula Bavaresco prepara uma importante aquisição. Depois de anos só na garupa, Paula já encomendou sua primeira moto, uma Harley Davidson Sportster 883 Custom. “A mulher que fala que o diamante é seu melhor amigo é porque nunca andou numa Harley”, brinca.

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