Corinthians cobra isenção ou 420 milhões em dinheiro da prefeitura para pagar Itaquerão
Clube ameaça atrasar salários se não conseguir a liberação dos valores para abater a dívida do estádio, que ultrapassa 1 bilhão de reais
Com a dívida da obra do Itaquerão superior a 1 bilhão de reais, o Corinthians pressiona a Prefeitura de São Paulo para viabilizar a obtenção de 420 milhões de reais, que seriam emitidos pelo município por meio de incentivos fiscais.
+ Goleiro Cassio compra casa em Alphaville
Para fazer a liberação, a prefeitura poderia escolher dois caminhos: ou emitir um comunicado ao mercado garantindo que os CIDs têm, sim, validade, independentemente de uma ação do Ministério Público que contesta isso, ou recomprar esses títulos, pagando em dinheiro os 420 milhões de reais. A princípio, as alternativas foram descartadas pela gestão de Fernando Haddad (PT).
Os CIDs são títulos vendidos a empresas que gastam muito com impostos municipais e são utilizados para pagar impostos como IPTU e ISS.
A prefeitura já emitiu 405 milhões de reais em certificados e, na última sexta (20), aprovou a emissão de outros 15 milhões de reais restantes, que tinham sido cortados por falta de comprovação do andamento da obra da arena.
O Corinthians e a construtora Odebrecht, porém, não conseguem vender os documentos, por causa de uma ação do Ministério Público questionando a validade desses incentivos fiscais. “Uma ação popular do Ministério Público foi impetrada questionando os incentivos dados à construção da arena, o que interferiu na viabilidade da comercialização das CIDs, sem qualquer interferência da prefeitura”, disse a gestão Haddad em nota.
A obra do estádio corintiano custou cerca de 1,1 bilhão de reais. Foi planejada para ser financiada pelos CIDs da prefeitura e por 400 milhões de reais, oriundos de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em nota divulgada nesta sexta-feira (20), em que pressiona a administração municipal, o Corinthians afirma que esse impasse financeiro pode atrapalhar o dia a dia do clube, dificultando a contratação de atletas e o pagamento de salários. Em seu site, o clube afirma que o poder público está prejudicando suas finanças e argumenta que até agora “não viu a cor do dinheiro”.