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Conheça quatro coletivos e iniciativas de esporte na cidade

Grupos ocupam espaços públicos e privados com pautas de diversidade

Por Luana Machado
16 Maio 2025, 07h00
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Edição do City Runners de fevereiro  (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Um hobby, uma profissão, um lazer. O esporte pode ter vários significados na vida de quem os pratica, basta encontrar a modalidade e o lugar certo para praticar. Em uma metrópole como São Paulo, os espaços e equipamentos públicos se tornam palcos para práticas esportivas e para reuniões de pessoas em torno de interesses e ideias afins, formando comunidades em meio ao caos urbano — os coletivos. De perfis variados, muitos surgem de forma espontânea entre amigos ou de uma necessidade maior da sociedade. Confira a seguir quatro iniciativas na capital que mobilizam dezenas — e até centenas — de pessoas em torno não só de atividades físicas, mas de verdadeiros projetos de futuro.

Maratonas e corridas no centro da capital

Em 2020, um grupo de amigos de diferentes bairros periféricos da capital passou a realizar corridas semanais no centro. A amizade criada em rolês de música eletrônica e arte de rua deu início ao coletivo City Runners, que agora reúne centenas de pessoas nos “corres”. “Eu já tinha participado de outros grupos, mas não conseguia achar a minha galera. A gente tem o propósito de levantar a bandeira da representatividade, criar espaço para pessoas negras e mulheres no esporte e defender uma vida equilibrada para os jovens”, afirma Anderson Sousa, um dos fundadores da iniciativa. Itinerantes, os corres acontecem nas noites de quinta com concentração em praças da região, podendo ser abertos ao público ou com inscrição prévia.

O grupo também organiza, mensalmente, edições especiais aos fins de semana, que ocorrem pela manhã. Com patrocínio da Nike, as corridas e maratonas coletivas seguem conectadas com a cultura urbana também por meio dos “afters”, que reúnem programações culturais e DJ sets. “Quando começamos, existia muito esse preconceito contra o centro. Mas a gente quer ir contra essa má fama, porque é uma área em que somos acolhidos. O pessoal que habita a região, os comerciantes e os moradores de rua sempre apoiaram nosso rolê. É onde nos sentimos à vontade e pertencentes”, diz Anderson. A agenda é divulgada no perfil @city_runners_team — inspirado na música homônima do cocriador da iniciativa e rapper, Fleezus — que reúne mais de 31 000 seguidores.

Queimadas no Largo do Arouche para todos

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(Hudson Souza/Divulgação)

Inspirados por um grupo de Belo Horizonte, o designer gráfico Hudson Souza e um grupo de amigos decidiu montar um grande jogo de queimada no Largo da Batata, em 2016. Uma brincadeira com objetivo sério: reunir pessoas LGBTQIAPN+ em torno da prática esportiva. A edição de estreia do Gaymada já contou com quarenta pessoas. “A queimada sempre uniu todo mundo na escola, não existe preconceito nela. E, apesar do nome, o evento não é somente para homens gays, mas para toda a comunidade LGBTQIAPN+. Nosso intuito é mostrar que existimos durante o dia, fora da cena noturna, e ocupamos espaços públicos que são nossos por direito”, conta Hudson.

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Os jogos recebem cerca de cinquenta pessoas nas edições mensais, sempre no Largo do Arouche. Mas o coletivo também faz edições a convite do Sesc e do MAM. “Para jogar, é só chegar. É para todes”, convida o fundador, que sempre publica as datas dos encontros com antecedência no perfil @gaymadasp.

Projeto social nas quadras de vôlei

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(Willy Montmann/Divulgação)

Na Zona Sul da cidade, uma quadra de vôlei é o ponto de encontro de um projeto social voltado para o esporte. O Angels Volley realiza treinos no Esporte Clube Vila Mariana para a comunidade LGBTQIAPN+ e mulheres cis. “Era uma reunião de amigos aos sábados para praticar o esporte em um ambiente seguro. Começamos com catorze pessoas e agora somos 350”, conta o criador, Willy Montmann. Uma das vertentes é o time feminino com mulheres trans e cis aliadas, criado em 2020. “Percebi que incluir a sigla T não é só ter uma bola, uma rede e uma quadra. Comecei a lidar com a fome, a evasão escolar, a prostituição e, então, corri atrás das empresas e do apoio político”, diz.

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Apoiado por Universidade São Camilo, Nike, Reckitt Benckiser, Barilla, Nix Diversidade e TNW, e com amadrinhamento da deputada Erika Hilton, o projeto oferece acompanhamento com nutricionista e endocrinologista, além de uma bolsa para mulheres trans em vulnerabilidade social custearem deslocamento e alimentação.

Outras ações são os treinos voltados para crianças e idosos da comunidade. “Queremos ir contra as estatísticas e a violência que está impregnada em uma sociedade que não quer que a gente ocupe certos espaços”, advoga Willy. Os treinos, realizados todos os dias da semana (exceto às terças), são gratuitos para pessoas trans, enquanto os demais participantes pagam uma taxa simbólica para manutenção da quadra e do técnico.

Ciclistas no centro

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(Leo Martins/Veja SP)
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Fundado em 2021, o coletivo de ciclismo Monta a Mona ocupa diversos equipamentos públicos da cidade com as pedaladas para a comunidade LGBTQIAPN+. Os eventos, que incluem edições especiais programação com oficinas e rodas de conversa, não possuem frequência fixa, mas são abertos ao público e gratuitos. “Nossa missão é promover inclusão e melhoria de vida desses corpos dissidentes por meio do ciclismo. A bike também é uma ferramenta de engajamento cultural e social”, indica Flora Naomi Ono, uma das organizadoras do Monta a Mona. A agenda é publicada previamente no perfil @montamona.sp.

Publicado em VEJA São Paulo de 16 de maio de 2025, edição nº 2944

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