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Conheça bombeiro que realizou cortejo de Senna há 30 anos: “Ocorrência mais triste”

Tricampeão mundial de Fórmula 1 morreu há 30 anos em um acidente no circuito de Ímola, na Itália, será homenageado no GP de SP

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
2 nov 2024, 08h00
Capitão Paulo de Freitas, bombeiro que guiou viatura do cortejo de Senna
Capitão Paulo de Freitas, bombeiro que guiou viatura do cortejo de Senna (Divulgação/SSP-SP/Divulgação)
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Todos os anos, no fim de semana do Grande Prêmio de Fórmula 1 em São Paulo, além da agitação provocada pelos treinos e outros eventos paralelos, um clima de nostalgia também paira no Autódromo de Interlagos. É impossível não se lembrar do piloto brasileiro Ayrton Senna, tricampeão mundial de Fórmula 1, morto há 30 anos em um acidente no circuito de Ímola, na Itália, que vai ganhar homenagens no GP deste ano.

O cortejo do caixão do piloto levou uma multidão às ruas de São Paulo há 30 anos. De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o Corpo de Bombeiros foi responsável por levar o caixão de Senna e todo o planejamento e transporte foi comandado pelo capitão Paulo de Freitas.

“Nunca vai ter nada igual àquele dia. Eu chorei várias vezes. Depois fiquei sabendo que todos no carro também choraram. O motorista chorava do meu lado, as pessoas ao redor, foi uma despedida digna de um herói”, relembrou Freitas em depoimento à SSP.

No total, foram sete viaturas e cerca de 35 bombeiros e bombeiras que participaram de dois dias de cortejo.

O carro de bombeiros que levava o corpo de Senna teve que diminuir a velocidade pelo mar de gente que tinha nos dois lados já na saída do aeroporto, contou o capitão.

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“Eu tinha recebido uma ordem de que era para a viatura seguir a 20 quilômetros por hora. Mas não tinha como. Era o último momento deles com aquele herói, eu queria que o público pudesse se despedir com calma. Então eu fui a cinco”, contou.

Ao longo do trajeto, formou-se uma multidão que aguardava ansiosamente para dar o último adeus ao piloto.

“Tinha muita gente chorando, segurando cartazes, em cima das pontes, penduradas em postes, alguns jogavam flores e bilhetes na viatura”, detalhou o bombeiro, que hoje é aposentado. “Guardei todas essas recordações para mim. Eu tenho quase um museu do Ayrton Senna em casa”, disse.

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O militar era um dos inúmeros fãs que acompanhava os feitos do piloto nas manhãs de domingo pela televisão.

A corrida mais marcante para Freitas foi a do Grande Prêmio do Brasil de 1991. “Ele nunca tinha ganhado correndo no seu país. E fez isso usando apenas uma marcha no carro, que teve problemas no final. Quando acabou a corrida ele não conseguia nem mexer o braço. Ele era um gênio”, disse.

O capitão não queria que nada desse errado nos dias do cortejo do piloto pelas ruas de São Paulo.

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“A gente estava sendo visto pelo mundo inteiro, não tinha margem para erro. Disse para o meu efetivo que se nos considerávamos bons, naqueles dias teríamos que ser melhores ainda”, afirmou o bombeiro.

No final, o cortejo foi realizado sem nenhuma intercorrência. “Apesar de ser a ocorrência mais triste da minha carreira, foi tudo perfeito”, recordou Freitas.

A viatura que carregou o caixão com o corpo de Senna está eternizada no acervo do Corpo de Bombeiros de São Paulo. O local fica dentro do Centro de Suprimento e Manutenção de Material Operacional de Bombeiros, na avenida Morvan Dias de Figueiredo nº 4.221, na zona norte da capital paulista.

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O museu foi inaugurado em 2004 e é aberto ao público para visitação. Lá, há 40 viaturas históricas que participaram de eventos marcantes ou que foram importantes na construção da história da corporação. O carro mais antigo do acervo é de 1936.

GP de Interlagos

O Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1 deste ano terá uma megaoperação das Polícias Civil e Militar para segurança dos torcedores.

O policiamento terá auxílio do uso de câmeras, drones, policiais bilíngues, uma base móvel da Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur) e batalhões especializados da PM.

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