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Após confronto, USP aprova teto para gastos com salários

Nova regra limita despesas com folha de pagamento em 85% das verbas recebidas do governo

Por Estadão Conteúdo
8 mar 2017, 11h14

Em meio a um confronto entre manifestantes e a Polícia Militar (PM) no câmpus, a Universidade de São Paulo (USP) aprovou na terça-feira (7) um teto para seus gastos com salários. Pela nova regra, que passa a valer em 2022, o limite para despesas com a folha de pagamento será de 85% das verbas recebidas do governo estadual. No ano passado, a USP usou quase 105% desses recursos para pagar professores e funcionários – e recorreu à reserva financeira para honrar compromissos.

Enquanto o Conselho Universitário (CO) votava a medida, protesto de professores, funcionários e alunos no câmpus Butantã, na Zona Oeste de São Paulo, terminou com quatro detidos. A Tropa de Choque da PM dispersou os manifestantes com bombas de gás e spray de pimenta. O ato, dizem os organizadores, reuniu 1 000 pessoas – com a presença até de crianças. Já a reitoria registrou 200.

Segundo Ivane Sousa, do Sindicato de Trabalhadores da USP, uma professora da universidade foi agredida por PMs. “Ela viu as crianças no caminho da polícia e foi protegê-las.” O Hospital Universitário recebeu dois presos feridos – um deles a professora citada por Ivane.

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“Tivemos de enfrentar bala de borracha, uma passou perto do meu ouvido, quase me atingiu. Estavam atirando aleatoriamente”, criticou o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL), que acompanhou o ato.

A Secretaria da Segurança Pública informou que foram atirados pedras e paus contra soldados e quatro ficaram feridos. Por isso diz a pasta, “foi necessária a intervenção”. Rojões também foram apreendidos.

O reitor, Marco Antonio Zago, lamentou a manifestação. “Isso é um totalitarismo incompatível com as normas da convivência democrática da universidade”, disse, na abertura da reunião do CO. “Conselheiros foram assediados e agredidos fisicamente, o que não pode ser tolerado”, criticou.

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Imersa em crise financeira há três anos, a USP criou uma espécie de Lei de Responsabilidade Fiscal. Ao atingir 80% de gastos da receita com salários, prevê a regra, o reitor fica impedido de fazer contratações, dar reajustes ou autorizar horas extras. A USP defende a medida para ter “responsabilidade na gestão financeira”.

Outro frente do novo plano é reduzir o inchaço, segundo a reitoria, de funcionários, que hoje é de 71% do total de servidores da USP. Entidades sindicais temem que isso leve à precarização dos serviços e a demissões.

Zago disse que não haverá novas dispensas – a USP já reduziu em 20% o número de funcionários nos últimos três anos após planos de demissão voluntária. O CO também retirou ponto polêmico do projeto: a referência ao artigo 169 da Constituição Federal, que prevê exoneração de servidores em caso de descumprimento dos limites despesas por entes públicos.

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Também ficam restritos os gastos do reitor em ano eleitoral – em 2017, a USP escolhe novo dirigente. Outra previsão é fazer reserva de contingência, com excedentes de caixa, de cerca de 50% do orçamento, que em 2017 é de 5,05 bilhões de reais.

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