“Violeta Foi para o Céu” narra vida de importante artista do século XX
Filme dirigido pelo chileno Andrés Wood é baseado em livro homônimo escrito pelo filho de Violeta Parra
No drama biográfico “Violeta Foi para o Céu”, o diretor chileno Andrés Wood, do ótimo “Machuca” (2004), parece ter se desafiado a criar um filme tão intenso quanto o temperamento da também chilena Violeta Parra (1917-1967), uma das artistas latinoamericanas mais completas do século XX.
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O esforço compensou. Com lirismo e emoção, o realizador construiu uma narrativa compatível com a obra vibrante da compositora, poetisa e pintora, símbolo forte da canção popular e folclórica de seu país.
Vencedor da competição internacional do Festival de Sundance no início deste ano, o tributo evita o caminho fácil do didatismo e investe em um registro tomado por liberdades poéticas.
Escrito a partir do livro homônimo escrito pelo filho da cantora (Ángel Parra), o roteiro não confunde o espectador mesmo ao embaralhar os principais episódios da vida de Violeta — da infância miserável ao suicídio.
Nos trechos mais tocantes, as melodias de “Volver a los 17”, “En los Jardines Humanos” e “El Gavilán” definem o ritmo da trama, engrandecida por uma interpretação formidável de Francisca Gavilán. A atriz veste as contradições de uma mulher combativa, que jamais se afastou de suas maiores fontes de inspiração: o campo e o povo.