Cinco filmes argentinos para ver na Mostra Bafici
Um thriller gay e um documentário político estão entre as boas pedidas do festival

Uma das principais mostras de cinema da América Latina, o Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente (Bafici) traz ao Brasil, pela primeira vez, um panorama de filmes argentinos recentes. Os onze longas-metragens, assinados por diretores ainda pouco conhecidos pelo público brasileiro, serão projetados no CineSesc a partir de sexta (7).
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A seleção, organizada em parceria com o Sesc SP, destaca fitas criadas à margem das grandes distribuidoras por cineastas que começam a despontar em alguns dos mais prestigiados festivais do mundo, como os de Toronto, Londres e Berlim. A diversidade de gêneros marca uma programação que inclui um thriller (“Ausente”), um documentário político (“El Rati Horror Show”) e um drama experimental (“Accidentes Gloriosos”).
A seguir, selecionamos cinco filmes que comprovam a boa safra cinematográfica de nossos vizinhos:
“Accidentes Gloriosos” (2011), de Mauro Andrizzi e Marcus Lindeen
Premiado na mostra Horizontes, no Festival de Veneza, o drama usa elementos fantásticos para contar nove histórias curtíssimas sobre morte e transformação. Em uma das tramas, um homem passa por uma cirurgia de transplante de coração e, ao se recuperar, descobre ter adquirido estranhos poderes artísticos. Em outra, um fotógrafo sai às ruas da cidade para procurar um acidente perfeito. Essas situações não são mostradas de forma linear: os diretores criam um jogo entre sons e imagens que, em muitos momentos, conectam-se apenas na imaginação do espectador. Sexta (7), às 23h; terça (11), às 21h.

“Ausente” (2011), de Marco Berger
O cineasta se fez notar no Festival de Berlim de 2011, quando venceu um prêmio para filmes gay, ao inverter a fórmula dos dramas sobre abuso sexual. No caso, é o adolescente (papel de Javier De Pietro) quem cria um plano para seduzir e chantagear o professor de natação (Carlos Echevarría). Em uma toada tensa, marcada por trilha sonora minimalista, discutem-se temas como voyeurismo, amor platônico e desejo. O thriller, elogiado no Festival Mix Brasil de 2011, promete algumas surpresas ao público. Sábado (8), às 21h; segunda (10), às 19h.

“El Rati Horror Show” (2010), de Enrique Piñeyro
Na tradição de diretores como Fernando Solanas, do clássico “La Hora de los Hornos” (1968), Piñeyro tornou-se conhecido na Argentina por documentários contestadores, vibrantes e que denunciam as injustiças sociais do país. O novo longa do cineasta não renega esse formato, e faz um tremendo barulho para expor o caso dramático de Fernando Ariel Carrera, um homem inocente que, alvo de policiais corruptos, acabou condenado a 30 anos de prisão. Domingo (9), Às 21h; quarta (12), às 21h.

“Lo que Más Quiero” (2010), de Delfina Castagnino
A estreia da cineasta deixou boa impressão nos festivais de San Sebastian, Toronto, Londres e Estocolmo, principalmente graças ao tom delicado da narrativa. Em um enredo sobre descobertas femininas, Delfina recorre a cenas longas e silenciosas para retratar a amizade entre duas jovens mulheres, interpretadas por Maria Villar e Pilar Gamboa. Filmado na Patagônia, o longa ressalta os belos cenários da região, que espelham o isolamento de personagens em períodos difíceis de suas vidas. Domingo (9), às 19h; quinta (13), às 17h.

“Norberto Apenas Tarde” (2010), de Daniel Hendler
Em 2004, o ator Daniel Hendler venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim pelo drama “O Abraço Partido”. Desde então, atuou em mais de uma dezena de produções lationoamericanas – entre elas, o brasileiro “Cabeça a Prêmio” (2009). Em “Norberto Apenas Tarde”, ele estreia na direção de longas com um drama sobre um homem que, demitido do emprego, usa duas estratégias para recomeçar: trabalhar no setor imobiliário e entrar em um grupo de teatro. Quarta (12), às 19h; quinta (13), às 21h.