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“Cegueira racional”, alega Léo Lins sobre sua condenação em pronunciamento

De acordo com a sentença, Lins cometeu crimes de preconceito de raça ou de cor, e contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
6 jun 2025, 11h53
Humorista Léo Lins se pronuncia após sentença
Humorista Léo Lins se pronuncia após sentença (YouTube/Reprodução)
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O humorista Léo Lins se pronunciou nesta quinta-feira (5) sobre a sentença que o condenou a mais de oito anos de prisão e a pagar uma multa de quase R$ 2 milhões por piadas feitas durante seus shows do stand-up “Léo Lins – Perturbador”. Em um vídeo publicado nas redes sociais e seu canal no YouTube, ele classificou a decisão da Justiça como “pesada” e questionou os fundamentos utilizados pela magistrada responsável pelo caso.

De acordo com a sentença, Lins cometeu crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, e contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência.

“Antes de me pronunciar, eu quis ler toda a sentença da juíza que condenou um humorista, no caso eu, há mais de oito anos de prisão e uma multa de quase R$ 2 milhões. Esse vídeo não é de piada. Eu estou em casa com os meus gatos. Aqui a pessoa Leonardo de Lima Borges Lins e não o comediante Léo Lins”, afirmou.

Segundo Lins, um dos fundamentos utilizados na decisão judicial teria sido baseado na Wikipédia. “A própria plataforma avisa que não é fonte primária. É como se uma sentença de homicídio fosse embasada em um verbete da enciclopédia online”, ironizou.

A defesa do humorista também se manifestou, afirmando que a pena imposta equivale a crimes como “tráfico ou homicídio”.

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O comediante fez críticas à forma como a Justiça interpretou o conteúdo de seu trabalho. Para ele, a sentença ignorou a diferença entre o indivíduo e a “persona cômica” construída para o palco.

“Talvez nem todos saibam, mas o humorista num palco interpreta um personagem, uma persona cômica. Na construção do texto, nós utilizamos figuras de linguagem, hipérbole, metáfora e ironia. Portanto, uma análise literal desse texto não se aplica à estrutura do cômico”, alegou.

Lins também defendeu que o conteúdo apresentado em seus shows deve ser entendido como uma obra ficcional. “Show de humor, apresentação de stand-up comedy, obra teatral, ficção… Você está entrando em um teatro, está em um canal do humorista Leo Lins, mas parece que as pessoas perderam a capacidade de interpretar o óbvio”, declarou.

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“Estamos vivendo uma das maiores epidemias dos últimos tempos, a da cegueira racional. Os julgamentos são feitos puramente com base em emoção, e ninguém quer mais ouvir o próximo, quer, no máximo, convencê-lo da sua própria verdade. Isso pode trazer consequências para qualquer pessoa, mas no caso de um juiz, de uma juíza, pode trazer consequências gravíssimas”, completou o condenado.

O humorista finalizou seu desabafo com uma crítica direta ao que considera censura. “Concordar com sentenças como essa é assinar um atestado de que nós somos adultos infantiloides sem a menor capacidade de discernir o que é bom ou ruim para nós, e que precisamos de um Estado dizendo do que podemos rir, o que podemos ouvir, o que vamos poder comer, o que podemos falar e, até um dia, o que podemos pensar”, concluiu.

A defesa do humorista informou que vai recorrer da sentença.

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