Caso Interlagos: como estão as investigações sobre morte de empresário
Após dois meses da morte de Adalberto Amarilio Júnior; seguranças são suspeitos de envolvimento no assassinato

A Polícia Civil pediu à Justiça a quebra de sigilos e a expedição de novos mandados de busca e apreensão para os seguranças que atuaram no evento de motociclismo no Autódromo de Interlagos, onde foi morto o empresário Adalberto Amarilio Júnior, de 35 anos, no dia 30 de maio. Eles são os principais suspeitos.
Após participar do evento, o empresário desapareceu e foi encontrado sem vida em 3 de junho dentro de um buraco de uma obra no local.
Passados dois meses do caso, nenhum dos cinco suspeitos foi responsabilizado ou preso pela morte do empresário. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), mais de 40 testemunhas e quatro dos cinco investigados já deram seus depoimentos, mas não há pistas de quem matou a vítima, tampouco vídeos do momento do crime.
Celulares investigados
No dia 18 de julho, cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos na capital paulista. Enquanto quatro suspeitos foram conduzidos à delegacia que investiga o caso, o quinto não foi encontrado, de acordo com a polícia.
Eles ficaram em silêncio durante seus depoimentos e entregaram os celulares que disseram ter usado no dia em que Adalberto desapareceu no autódromo. No total, os investigadores apreenderam cinco notebooks e sete aparelhos móveis que seguem em análise pela perícia, mas sem previsão para a divulgação dos laudos, segundo a SSP-SP.

Um dos investigados foi detido em flagrante após a polícia encontrar 21 munições de revólver calibre 38 em sua casa. O suspeito, que é praticante de jiu-jitsu e tem antecedentes criminais por furto, associação criminosa e ameaça, foi autuado pelo crime e pagou fiança para responder em liberdade. O material foi apreendido.
Relembre o caso
O empresário, de 35 anos, desapareceu em 30 de maio, uma sexta-feira, depois de ir a um festival de motos no autódromo. O corpo dele foi encontrado no dia 3 de junho dentro de um buraco de 3 metros de profundidade e 70 centímetros de diâmetro por um funcionário de uma obra nas proximidades do local. Câmeras de segurança gravaram os últimos momentos de Adalberto caminhando no estacionamento do evento.
Uma das hipóteses investigadas pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) é a de que alguém colocou Adalberto no espaço. O corpo foi encontrado sem calça nem tênis.
Ele era casado e dono de uma rede de óticas. Laudo pericial da Polícia Técnico-Científica concluiu que Adalberto teve uma morte violenta por asfixia.
A polícia investiga se essa asfixia foi causada por esganadura ou se ocorreu devido a uma compressão torácica. Segundo policiais que investigam o caso, foram encontradas escoriações no pescoço de Adalberto, que sugerem uma possível esganadura cometida por outra pessoa. Outra possibilidade é a de que alguém possa ter comprimido o pulmão do empresário com o joelho.
Nas duas situações, o DHPP trabalha com a hipótese de que Adalberto pode ter sido agredido e tenta saber se ele morreu antes ou depois de ter sido colocado no buraco.