Casados, “Marilyn Monroe” e “Michael Jackson” moram em Guarulhos
Os atores Priscila e Rodrigo Freitas vivem de fazer cover dos ídolos americanos; mercado de sósias tem de jogadores de futebol a cantores de axé
Aos nove anos, o ator, cantor e dançarino Rodrigo Freitas já imitava os passos de Michael Jackson. A carreira deslanchou e, até hoje, aos 34 anos, ele vive como cover do rei do pop. A paixão pela vida artística é tanta que Freitas se casou com uma colega igualmente “famosa”: Priscila Freitas, de 30 anos, a Marilyn Monroe de São Paulo.
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Os dois se conheceram há dez anos em uma festa de 15 anos. Ele de Michael, ela “à paisana”, mas com os cabelos loiros da personagem, que não mantém mais. “Resolvi deixar o cabelo natural até para pegar outros trabalhos”, afirma Priscila. “Já me vesti de Carmem Miranda, Branca de Neve.”
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Como covers, o casal participa de festas de fim de ano, eventos corporativos, premiações, casamentos e aniversários. É raro, porém, se apresentarem juntos. “Somos de épocas diferentes [o cantor Michael Jackson nasceu em 1958 e Marilyn morreu quatro anos depois]. É mais comum me colocarem ao lado de Charles Chaplin e Elvis Presley”, diz a atriz, que é baiana radicada em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo.
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Embora ganhem a vida como sósias de duas personalidades, eles não se consideram parecidos com os originais. Rodrigo até tentou aperfeiçoar seu personagem e recorreu ao bisturi para afinar o nariz. “Sou descendente de árabe e tinha aquele nariz bem característico”, conta ele. “Não ficou igual, não.”
Agências especializadas têm papparazzo e “fã de aluguel”
As grandes empresas e as festas de aniversário com grandes orçamentos movimentam o mercado de covers e sósias em São Paulo. A agência O Gordo e o Magro, a maior do ramo, com sede na capital, tem cerca de 250 atores no portfólio. Os cachês variam entre 1 000 e 3 000 por três horas de evento, mas os preços chegam a subir 40% em dezembro e dobram em ocasiões especiais, como a Copa.
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“Na época da Copa, naturalmente, os sósias de jogadores eram os mais requisitados. Mas, em geral, são os covers de artistas de Hollywood. Os nacionais não fazem tanto sucesso”, afirma Nilce Costomski, sócia da O Gordo e o Magro.
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Marcelo Scoppio, da agência que leva seu sobrenome, afirma que tem mais de 300 cadastrados, mas só 100 realmente ganham a vida imitando alguém. “Às vezes o cara parece muito com um famoso, mas é médico ou engenheiro e acaba fazendo isso só como um trabalho extra”, diz.
Além de sósias e covers, a Scoppio também oferece atrações inusitadas para uma festa: papparazzo – fotógrafos de mentira que disparam flashes na cara dos convidados -, repórteres – alguém que, também de brincadeira, entrevista as pessoas da festa – e até fãs de aluguel. “É uma pessoa que a gente contrata para gritar seu nome, te abraçar, segurar cartolina com mensagem”, afirma Marcelo.