Candido Portinari é tema de exposição no Centro da Cultura Judaica
Além de 70 obras da série 'Israel', há um andar dedicado a uma unidade de pesquisa e documentação sobre o pintor
Ícone modernista, Candido Portinari (1903-1962) pouco fica fora de cartaz na cidade. A Pinacoteca, por exemplo, encerrou uma mostra de sua produção no último dia 6. Agora o Centro da Cultura Judaica homenageia o pintor com a exibição da rara série Israel. Ela foi criada durante e logo após uma visita de dez dias do artista ao país, em 1956, para a inauguração de uma retrospectiva. Portinari ficou tão fascinado pelos kibutzim (pequenas comunidades rurais) e pela impressionante luminosidade da região que acabou retratando o cotidiano local em 122 obras. Setenta delas foram selecionadas para a nova individual, composta de desenhos em várias técnicas, gravuras, esboços e uma única pintura.
A exposição também dá prosseguimento a um projeto de expansão do Centro da Cultura Judaica promovido desde março. “Algumas áreas do prédio não vinham sendo utilizadas e o público pensava que eram espaços comerciais”, diz o curador Benjamin Seroussi. “Queremos fazer uma articulação entre a mostra do momento e a programação dos outros pisos.” Assim, o 2º andar foi transformado em um centro de pesquisa e documentação sobre Portinari, com livros ilustrados, edições raras, entrevistas, fotografias e catálogos raisonnés. Também estão programados narrações de histórias relacionadas à vida do artista, concertos e até um workshop gastronômico com os pratos preferidos do autor de Retirantes.