Para deixar a história de como se conheceram mais curiosa, os integrantes da Cia. Barbixas de Humor dão asas à imaginação. “Foi na sala de espera de uma cartomante”, brinca Daniel Nascimento. “Trocamos telefones depois de um acidente de carro”, afirma Elídio Sanna. “A gente estudou no mesmo colégio, mas isso é muito sem graça”, conta Anderson Bizzocchi, finalmente falando a verdade. O trio está em cartaz com o espetáculo Improvável, no Teatro Tuca, com ingressos esgotados. A cada quinta-feira, quase 700 pessoas lotam a plateia para ver cenas improvisadas. O sucesso deve-se ao boca a boca, já que a trupe não tem patrocínio nem publicidade oficial. Para ajudar na divulgação, a produção gra–va as apresentações e depois posta os vídeos no YouTube. Só no mês de maio, trechos da peça foram vistos cerca de 9 milhões de vezes.
Na adolescência, os amigos compartilhavam o gosto pela comédia, em especial as sátiras do grupo inglês Monty Python, e usavam o teatro do colégio para seus showzinhos. Começaram a levar o hobby a sério em 2006, quando participaram do projeto Nunca de Sábado…, do Teatro Folha. No fim do ano seguinte, Nascimento, Bizzocchi e Sanna decidiram criar o espetáculo sem piadas ensaiadas, inspirados na série americana Whose Line Is It Anyway?, programa em que um mestre de cerimônias comanda jogos teatrais, criados a partir de suas sugestões ou da plateia. O trio recebe ainda convidados, como os apresentadores Rafinha Bastos e Marco Luque, do programa CQC. “A maioria dos espectadores é jovem e não vai muito ao teatro”, acredita Ana Salles Mariano, superintendente do Tuca. Quem não conseguiu um ingresso para vê-los no palco – a atual temporada acaba em julho, mas eles devem voltar em setembro – pode acompanhá-los na MTV às quintas, às 22h30, no Quinta Categoria, de Marcos Mion.